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Nigéria: família de jovem cristã raptada há 3 anos pede ajuda para libertação

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Fundação AIS - publicado em 21/02/21
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Leah Sharibu foi raptada juntamente com outras colegas por terroristas islâmicos do Boko Haram da escola que frequentava em Dapchi, no nordeste da NigériaNuma mensagem enviada para a Fundação AIS em Lisboa, a família de Leah Sharibu pede ajuda à comunidade internacional para pressionar o governo nigeriano no sentido de ser mais interventivo na libertação desta jovem cristã que está em cativeiro faz hoje, 19 de Fevereiro, precisamente três anos. Leah Sharibu foi raptada juntamente com outras colegas por terroristas islâmicos do Boko Haram da escola que frequentava em Dapchi, no nordeste da Nigéria.

Não há muitas informações sobre a situação em que se encontra a jovem cristã. Segundo Kyle Abts – que fala em nome da família de Leah e de uma instituição entretanto criada em apoio a esta causa –, “a última informação verificada em como ela ainda está viva remonta ao início do ano de 2020”, após a libertação de um refém pelo grupo terrorista.

Situação dramática

Na altura, acrescenta Kyle Abts, em mensagem enviada para a Fundação AIS, “circulavam rumores” de que Leah Sharibu “fora forçada a casar com um líder do Boko Haram e havia dado à luz um menino, mas isso não foi confirmado” pelo referido ex-refém.

Informação idêntica foi prestada pelo pastor protestante Gideon Papa-Mallam em declarações a Maria Lozano, responsável de comunicação a nível internacional da Fundação AIS. Gideon afirma que as últimas notícias que tem de Leah Sharibu “são preocupantes”, mas afirma que não pode revelar detalhes pedindo, por isso, “orações e esforços concertados tanto locais quanto globais de forma a garantir a sua libertação o mais rapidamente possível”.

A boa notícia – diz ainda este pastor protestante que também é amigo da família da jovem cristã –, “é que Leah ainda está viva e esta é, até agora, a informação mais encorajadora…”

Leah Sharibu, recorde-se, foi sequestrada na sequência de um ataque por homens armados à sua escola. Nesse ataque, a 19 de Fevereiro de 2018, os terroristas levaram consigo 110 raparigas. No entanto, cerca de um mês mais tarde, todas as alunas foram libertadas com excepção de Leah, então com apenas 14 anos de idade, que sendo a única cristã do grupo recusou converter-se ao islamismo como os terroristas exigiam. Ficou desde então em cativeiro.

Localização

A localização da jovem é incerta. Diz o pastor Gideon que, segundo as parcas informações disponíveis, “os terroristas não mantêm os seus prisioneiros num local [apenas], mas deslocam-nos de um lado para o outro”. “Portanto, é difícil dizer exactamente onde Leah pode estar agora. Às vezes ouvimos que eles estão na região do Lago Chade, outras vezes na República do Níger ou no Chade… É difícil ser preciso.”

De qualquer forma, mesmo desconhecendo-se o local exacto onde se encontra debaixo da vigilância dos terroristas, para a família da jovem cristã saber que Leah estará viva permite alimentar todas as esperanças, mas é necessário que as autoridades se mostrem mais actuantes em todo este processo. “A família de Leah”, escreve Kyle Abts na mensagem enviada para Lisboa, “quer que o governo trabalhe para a sua libertação”, acusando as autoridades nigerianas de permanecerem “em silêncio” sobre eventuais “negociações ou detalhes relativos a Leah”.

É difícil imaginar o sofrimento por que têm passado os pais de Leah Sharibu durante estes 1096 dias de cativeiro, sabendo-a frágil e abandonada no meio de um dos mais temíveis grupos terroristas da actualidade.

Amigo da família, o pastor Gideon procura estar com os pais de Leah Sharibu com alguma frequência. A última vez em que isso aconteceu foi já esta semana, horas antes de ter falado para a Fundação AIS. “Esta tarde, falei novamente com os pais de Leah. Fazemos isso de vez em quando… Eles permanecem firmes e cheios de fé de que um dia verão a sua Leah. O estado de espírito deles não foi ainda quebrado, mas estão em sofrimento…”

Não cair no esquecimento

Também falando em nome da família de Leah Sharibu, Kyle Abts, que tem desenvolvido vários projectos de âmbito humanitário na Nigéria, sublinha a importância de não se deixar cair no esquecimento o caso desta jovem rapariga cristã cuja história é apresentada este ano pela Fundação AIS em Portugal como exemplo de “Mártires e Heróis por Amor”, pessoas que levaram ao extremo a sua fidelidade a Deus e à Igreja.

Agradecendo a “preocupação” da Fundação AIS pelo caso concreto de Leah Sharibu, Kyle Abts diz ser importante “que a comunidade internacional levante a voz”, nomeadamente com os seus “representantes políticos, exigindo que o governo da Nigéria tome medidas” para libertar todas as raparigas em cativeiro neste país africano, sugerindo, por exemplo, a partilha desta “preocupação através das redes sociais”.

A história de Leah Sharibu é extraordinária e emblemática também pelo facto de se tratar de alguém muito jovem mas que revelou uma enorme coragem frente aos captores. Uma coragem que o pastor Gideon sublinha também à Fundação AIS. Leah decidiu, diz este amigo da família, “na tenra idade de 14 anos, permanecer fiel à sua convicção cristã”. “Que heroína da fé cristã que Leah é e representa!”

Nesta Quaresma, a Fundação AIS propõe aos portugueses precisamente um tempo de consciencialização para a temática da perseguição religiosa de que Leah é exemplo. Para isso, para dar a conhecer esta e outras histórias, é proposto um Calendário de Oração em que se dão a conhecer os episódios mais marcantes da vida de Leah Sharibu e de outros “Mártires e Heróis por Amor”. Em cada dia da Quaresma é apresentado um caso de um cristão que levou até ao extremo a sua fidelidade a Jesus.


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