Esculturas do acervo do museu voltam à sala de exibição acompanhadas de ensaio fotográfico
Segue em cartaz no MASP a mostra Degas, com 76 obras do escultor e pintor francês Edgar Degas (1834–1917), o acervo completo com a obra do artista na instituição, que volta a ser exibida ao público depois de 14 anos. Os trabalhos passaram a integrar a coleção nos anos 1950, década de aquisições excepcionais por parte de Pietro Maria Bardi (1900–1999), diretor e fundador do Museu de Arte de São Paulo. A série bailarinas, uma das mais extensas e celebradas do artista, está bem representada, com destaque para a A Bailarina de Catorze Anos (1880).
ENSAIO FOTOGRÁFICO
Ressaltando a crueza no trabalho de Degas, os cavaletes de vidro de Lina Bo Bardi que acompanham as obras passam a exibir a série Ensaio para Degas, com fotografias em preto e branco das esculturas de bronze que a artista plástica paulistana Sophia Borges passou o ano de 2020 realizando no museu. As imagens foram concebidas com o intuito de revelar, transformar e atualizar as obras de Degas de forma inovadora e radical.
As imagens de Borges, exibidas em painéis, além dos cavaletes, estão disponíveis na galeria do primeiro andar do museu, em um diálogo muito próximo com as esculturas. Ainda há uma instalação numa sala pintada em dégradé e com um “fundo infinito” na cor preta, que cria o ambiente para uma experiência verdadeiramente imersiva para se apreciar o acervo de Degas. Para o segundo andar, destinado à coleção do museu e onde normalmente é exposta A Bailarina de Catorze Anos, a fotógrafa criou duas imagens que foram contrapostas no cavalete de vidro, inovando as possibilidades do icônico dispositivo do museu.
ESCULTURAS QUE CONTAM HISTÓRIAS
A série bailarinas sobreviveu ao teste do tempo não apenas por sua beleza, mas pela força e pela narrativa que o artista conseguia imprimir em suas esculturas dedicadas ao universo das óperas e da música clássica, pelo qual Degas era fascinado. Em A Bailarina de Catorze Anos, Degas não representou uma bela jovem, mas, sim, uma jovem trabalhando arduamente para se tornar uma bailarina da Ópera de Paris.
A obra mais famosa do artista foi inspirada na trajetória da jovem bailarina Marie van Goethem, filha de uma lavadeira e de um alfaiate que ingressou no balé da Ópera de Paris aos 13 anos. As bailarinas retratadas por Degas geralmente vinham de famílias humildes e buscavam estabilidade social por meio da dança. Essas e outras histórias podem ser absorvidas na exposição, que reúne algumas das obras mais emblemáticas do artista, da escultura universal e da coleção do Masp.
DEGAS
No Masp – Avenida Paulista, 1578, São Paulo
De terça a domingo
R$ 22 (meia-entrada) e R$ 45 (inteira); gratuito às terças-feiras
Ingressos com horário agendado: https://masp.byinti.com/#/ticket/eventInformation/xUEzJmdGZFtwCD1Olftc
Até 1º de agosto

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