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Precisa ter mais paciência? Siga as dicas dos primeiros autores cristãos

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Taneli Lahtinen/Unsplash | CC0

Dolors Massot - publicado em 23/02/21

A natureza humana não mudou ao longo dos séculos, e a sabedoria dos primeiros pensadores católicos pode nos ajudar hoje

Não são tempos fáceis para ninguém. Estamos enfrentando incertezas em muitas áreas, começando com saúde e finanças. E é muito provável que a pandemia também esteja afetando nossa vida pessoal e familiar. De fato, a ansiedade muitas vezes nos deixa sem paciência. Consequentemente, essa impaciência cria problemas adicionais em nossos relacionamentos com entes queridos e amigos.

Entretanto, esse não é um problema novo. A natureza humana não muda. Ao longo da história, grandes filósofos e teólogos abordaram a questão de como nutrir as virtudes, particularmente a paciência, diante das provações da vida.

Paciência é sinal de força

Não devemos, portanto, nos esquecer que a paciência faz parte da virtude da fortaleza. Ser paciente significa controlar nossos primeiros impulsos, não ceder à angústia ou ao estresse e não perder de vista o sentido da vida diante das circunstâncias difíceis que enfrentamos.

Para obter mais inspiração, vejamos o que três grandes autores cristãos antigos tinham a dizer sobre a paciência. A sabedoria deles continua atual e pode nos ajudar muito hoje em dia.

1 – Tertuliano (séculos II e III)

Tertuliano nos aponta o exemplo de paciência que o próprio Deus nos dá. Deus, “desde o princípio do mundo, destila o orvalho de sua luz sobre justos e pecadores … Ele tolera povos ingratos, que adoram ídolos e as obras de suas mãos e que perseguem seu nome e sua família.”

“A sua paciência suporta continuamente a luxúria, a avareza e a desavergonhada iniquidade, a tal ponto que, precisamente por isso, a maioria não acredita nele, pois nunca O viu castigar o mundo.”

“Sendo um rei, Ele se tornou um mestre para ensinar aos homens como se obtém a salvação; familiarizado com a paciência, ensina por meio dela o perdão de nossas culpas. Ele não vociferará, não levantará sua voz e não fará com que sua voz seja ouvida na rua. (Isaías, 42, 2).”

“(Jesus) não desprezava pecadores nem publicanos… Ele curava os ingratos e tolerava aqueles que apenas olhavam e esperavam. E se tudo isso parecia pouco, ele ainda suportou o traidor que estava ao seu lado sem traí-lo.”

“Para aqueles de nós que desfrutamos do dom da fé, tais sofrimentos provam que paciência é algo natural para Deus.”

2 – São Cipriano (século III)

Se paciência é “uma coisa tão amada por Deus, o que podemos fazer senão amá-la, visto que por tê-la amado, Ele ainda a recomenda a nós?”

“É o próprio Senhor quem nos avisa: ‘Tudo isso eu te disse para que encontres a tua paz em mim. No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo: Eu venci o mundo'(1 João 16,33).”

“Refleti, queridos irmãos: a paciência não só preserva o bem, mas sua eficácia se estende a ponto de afastar todo o mal.”

3 – Santo Agostinho (séculos IV e V)

“A paciência humana, que é justa, louvável e digna do nome de virtude, é entendida como aquela pela qual toleramos as coisas más com uma mente equilibrada, para que não possamos com uma mente desigual abandonar as boas, pelas quais podemos nos tornar melhores. ”

“Pois isto é justo, para que nós, que desde a nossa primeira felicidade do Paraíso por obstinadamente desobediente apetite por coisas para desfrutar fomos despedidos, por humilde paciência das coisas que nos incomodam, possamos ser recebidos de volta.”

“O amor de Deus é derramado em nossos corações… pelo Espírito Santo que nos é dado. E, portanto, dele vem a paciência dos justos… O apóstolo, louvando e exaltando esse amor caritativo, diz que, entre as suas outras boas qualidades, suporta todas as coisas.”




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FilosofiapacienciaVirtudes
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