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Haiti: bispos alertam para situação catastrófica, com raptos e morte

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Fundação AIS - publicado em 24/02/21
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A violência que atinge a vida dos haitianos está a tornar ainda mais dura e difícil a sobrevivência no dia-a-dia neste país que é considerado como um dos mais pobres em todo o mundo

A crise política que se vive no Haiti, com um conflito entre governo e oposição sobre a duração do mandato presidencial, não está a ajudar a debelar o ambiente de violência que se vive no país. A Conferência Episcopal do Haiti já se pronunciou sobre esta situação e num comunicado, enviado para a Fundação AIS, é referido que o Haiti “está à beira de uma explosão”. “O quotidiano do povo gira em torno da morte, assassinato, impunidade e incerteza”, dizem os bispos.

A violência que atinge a vida dos haitianos está a tornar ainda mais dura e difícil a sobrevivência no dia-a-dia neste país que é considerado como um dos mais pobres em todo o mundo. Os bispos expressam claramente a posição da Igreja Católica face a esta situação, dizendo que “a Igreja está sempre do lado da lei, da verdade, da justiça e do respeito pela vida e pela dignidade humana”.

Para os prelados, as questões de segurança são cada vez mais relevantes, destacando como exemplo os muitos raptos que tornam a vida quase insuportável, com a existência de grupos armados que espalham o terror entre as populações.

Sequestro

Nem a Igreja tem escapado a esta realidade. No início do ano, a Fundação AIS dava conta do sequestro, por “bandidos armados”, de uma religiosa, a Irmã Dachoune Sévère, da congregação das Pequenas Irmãs de Santa Teresa do Menino Jesus. A irmã acabaria por ser libertada 48 horas depois, na noite de domingo, 10 de Janeiro, na capital do país. Anteriormente, a 10 de Novembro, o Padre Sylvain Ronald, dos Missionários de Sheut, esteve também sequestrado durante três dias.

Segundo a agência Fides, que cita o missionário redentorista Padre Renold Antoine, haverá todos os dias “dezenas de casos” de sequestros na zona de Port au Prince, a capital haitiana. “Até ao momento, as autoridades estaduais nada fizeram para impedir esta onda que semeia medo e luto entre a população haitiana”, diz o sacerdote.

Esta tomada de posição agora dos Bispos do Haiti, no comunicado enviado para a Fundação AIS no início de Fevereiro, vem no seguimento da mensagem publicada no Natal em que os prelados descreviam um país à beira da ruptura com a “proliferação de sequestros, banditismo, violações, assassinatos e barbárie que semeiam terror, morte e luto”.

Um ano antes, em Outubro de 2019, a Fundação AIS denunciava já este aumento da violência arrastado pela subida do custo de vida e pela escassez de alimentos. D. Désinord Jean, Bispo de Hinche, descrevia um país que enfrentava manifestações cada vez mais violentas face à inoperância da classe política. As palavras do prelado, falando ao telefone com a Fundação AIS, não escondiam a dimensão do caos. “As pessoas não podem sair para a rua. Estamos trancados em casa. Todas as estradas estão bloqueadas, mesmo em casos urgentes, ambulâncias ou viaturas de emergência não podem circular. Não temos combustível. Os mercados não funcionam. Todas as escolas foram encerradas. Esta situação afecta todo o país.”
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