Até mesmo a liturgia “jejua” em preparação para o glorioso tempo da PáscoaO tempo da Quaresma é marcado por duas omissões litúrgicas muito distintas. Nem o hino conhecido como Glória (Glória a Deus nas Alturas) nem o Aleluia cantado antes do Evangelho são permitidos durante os 40 dias inteiros da Quaresma (com algumas pequenas exceções).
Por quê?
Em primeiro lugar, o Gloria é um hino que celebra a vinda do Senhor usando palavras dos anjos no nascimento de Cristo.
A Igreja durante a Quaresma retorna em espírito a uma época em que o povo de Deus estava no exílio, esperando que o Messias viesse e os salvasse.
É uma época de expectativa semelhante ao Advento, mas em vez de esperar o nascimento de Cristo desde o ventre de Maria, o povo cristão espera o segundo “nascimento” de Cristo desde o ventre do sepulcro.
Em segundo lugar, seguindo o mesmo espírito de exílio, a Igreja se junta a Moisés e aos israelitas enquanto eles vagam pelo deserto por 40 anos.
É um momento de agonia e purificação, onde os fiéis se unem para dizer: “Como poderíamos nós cantar um cântico do Senhor em terra estranha?” (Salmo 136) A palavra “Aleluia” tem suas raízes em uma expressão hebraica que significa “louvai ao Senhor” e, portanto, é omitida durante a Quaresma.
Penitência
Como resultado, nosso foco na Quaresma não está em nos alegrarmos, mas em lamentar nossos pecados, olhando para as coisas que nos impedem de um relacionamento autêntico com Deus.
Uma vez que fazemos penitência por meio da oração, do jejum e da esmola, podemos nos alegrar novamente na Páscoa, pois não é apenas a ressurreição de Cristo que celebramos, mas nosso próprio renascimento no espírito.
Não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a redenção do nosso corpo. (Romanos 8, 23)
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