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Uma água que cura: a profecia da Madre Esperança

Sanctuary of Merciful Love

Photo courtesy of “Archivio Congregazioni Amore Misericordioso"

Bret Thoman, OFS - publicado em 26/02/21

Numerosos milagres e outras graças foram relatados por peregrinos que se banharam nas águas do Santuário do Amor Misericordioso em Collevalenza, na Itália

Os católicos de todo o mundo conhecem o Santuário de Lourdes e, em particular, sua água. Conhecida por suas propriedades curativas, uma rápida imersão nas águas sagradas dos Pirenéus é parte integrante de qualquer peregrinação a essa localidade francesa.

Mas existe um outro local, na Itália, também conhecido por suas águas milagrosas: o Santuário do Amor Misericordioso, em Collevalenza. Menos conhecido do que sua contraparte francesa, o santuário italiano está localizado na Umbria, a uma curta distância dos locais de peregrinação de Assis e Orvieto.

O começo humilde da Madre Esperança

A história de Collevalenza está intimamente ligada à Madre Esperança, uma freira espanhola do século 20 e mística beatificada recentemente em 2014.

Em 30 de setembro de 1893, María Josefa Alhama Valera nasceu em Santomera, na Espanha, a primeira de nove filhos de pais pobres agricultores.

Aos 12 anos teve uma visão de Santa Teresinha de Lisieux, que lhe disse: “Criança, vim dizer-te do Bom Deus que tens de começar por onde eu acabei”. Nesse momento, ela recebeu a missão e a mensagem que devia difundir pelo mundo: a do Amor Misericordioso de Deus.

Aos 21 anos, tornou-se religiosa consagrada dos Missionários Claretianos. Mas na noite de Natal de 1930, ela se sentiu chamada a fundar uma nova congregação: as Servas do Amor Misericordioso. Ela lideraria este novo movimento, dedicado ao cuidado e educação de crianças pobres e órfãs, bem como ao cuidado de idosos e enfermos.

Em 1936, ela abriu sua primeira comunidade em Roma. Pelos 15 anos seguintes, ela serviu aos pobres nos arredores da Cidade Eterna, especialmente os afetados pela Segunda Guerra Mundial. Mais tarde, ela fundou uma congregação religiosa masculina.

Entre 1936 e 1941, Madre Esperança experimentou o que seus biógrafos chamam de seu “martírio sem sangue”. Ela foi caluniada por bispos e padres espanhóis e sua liderança foi contestada. Até mesmo algumas de suas próprias irmãs a acusaram de má conduta e pediram sua destituição como superiora geral da ordem que ela fundou.

Ela foi chamada ao Santo Ofício para defender a ortodoxia de sua doutrina, bem como para responder a acusações contra seu caráter e carismas espirituais. Depois de três anos, o Santo Ofício confirmou sua ortodoxia e ela foi autorizada a continuar em seu papel como líder da ordem.

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A profecia de uma freira do século 20

Em 1951, Madre Esperança mudou-se para a pequena cidade de Collevalenza, na diocese de Todi. Lá ela se sentiu chamada a construir um santuário dedicado ao Amor Misericordioso para promover seus ensinamentos. Sua mensagem era: “Deus espera pelos homens, não como um juiz para condená-los e puni-los, mas como um Pai que os ama e perdoa”.

Ao lado do santuário, Madre Esperança profetizou que havia água subterrânea e mandou cavar um poço. De fato, um aquífero com água abundante foi descoberto abaixo do local que ela previu.

A água foi encaminhada para uma série de fontes para os peregrinos acessarem. A Madre Esperança referiu-se à água curativa: “Tem a virtude de curar os enfermos, os pobres que não têm meios, mesmo que seja uma gota d’água – possa esta água ser fonte de graça e misericórdia.” Numerosos milagres e outras graças foram relatados por peregrinos que usaram essas águas.

A caminho da canonização

Madre Esperança faleceu em 8 de fevereiro de 1983 com quase 90 anos. De acordo com seu desejo, ela foi enterrada na cripta do santuário em Collevalenza cinco dias depois.

Em 23 de abril de 2002 foi proclamada Venerável. Em 31 de maio de 2014, com o consentimento do Papa Francisco, Madre Esperança foi beatificada. Sua causa de canonização está em andamento.


Maria Goretti

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