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Iraque: estátua de Nossa Senhora em Igreja de Qaraqosh é sinal de esperança

IRAQ

Cortesia Padre Karam Qasha

Fundação AIS - publicado em 01/03/21

No início de Março, quando estiver na região, na anunciada visita ao Iraque, o Santo Padre deverá visitar esta igreja

É um momento simbólico para a comunidade cristã local. Quando, a 11 de Janeiro, foi colocada na torre da Igreja Sírio Católica de Qaraqosh uma imagem de Nossa Senhora que tinha sido destruída durante os tempos em que a região foi ocupada pelos grupos jihadistas, os cristãos sentiram que se estava, de alguma forma, a assinalar um recomeço. Que se estava a devolver à comunidade religiosa um dos seus principais símbolos.

Maria Toda Pura

A igreja dedicada a Maria “al Tahira” – toda pura – foi saqueada e destruída pelos terroristas ligados ao auto-proclamado Estado islâmico, tendo chegado a ser usada como campo de tiro e depósito de armas. A colocação da imagem da Virgem na Igreja está a ser encarado como um sinal de vitalidade da comunidade cristã local que aos poucos tem vindo a regressar às suas casas na Planície de Nínive graças também ao apoio da Fundação AIS.

No início de Março, quando estiver na região, na anunciada visita ao Iraque, o Santo Padre deverá visitar esta igreja. Recentemente, a Fundação AIS falou com três cristãos que vivem nesta cidade situada a cerca de 32 quilómetros a leste de Mossul, procurando saber qual a importância da viagem do Papa Francisco e quais os locais que gostariam que ele visitasse.

Símbolo

A Igreja de Al-Tahira, como símbolo do património religioso destruído pelos jihadistas em Qaraqosh, foi referida praticamente por todos, por ser importante sublinhar a dimensão da violência que se abateu sobre esta comunidade religiosa quando estas terras foram ocupadas pelos terroristas nos primeiros dias de Agosto de 2014.

Para Rooney Baqtar, engenheiro de 42 anos, seria importante que o Papa visitasse “as igrejas e casas que foram queimadas, para que ele pudesse ver a destruição deixada pelos jihadistas nesta cidade”. O Padre Ammar Yako, um sacerdote católico sírio de 44 anos de idade, diz que “adoraria” que o Papa Francisco “visitasse a igreja de Al-Tahira, porque é um símbolo e um rico legado cultural” da cidade. “Esta igreja é a mãe, o lar e a herança de cada um dos habitantes.”

Legado

Um legado histórico que, diz ainda o padre Yako, faz parte da vida de todos os cristãos locais. “Os nossos antepassados construíram esta igreja, e todos nós sentimos que fazemos parte dela…. Claro, ficaríamos felizes se o Papa visitasse muitos lugares diferentes – igrejas, mosteiros e casas tradicionais – e também que ele pudesse encontrar todas as pessoas que desejam vê-lo.”

Por sua vez, Fadi Saqat, de 27 anos, coordenador dos projectos da Fundação AIS na Planície de Nínive, sublinha que seria importante o Papa “ver como foi destruído” tanto património pelos jihadistas, e como as pessoas “trabalharam tão duro recentemente para reconstruí-lo mais uma vez”…

Para todos, o mais importante será seguramente o ânimo que o Papa irá transmitir aos cristãos que vivem na cidade de Qaraqosh e em toda a região. “A visita do Papa ao Iraque elevará o nosso ânimo e moral mais do que qualquer outra coisa”, diz Saqat. “Todos os olhos do mundo estarão” com o Papa. “E assim, o mundo saberá o que aconteceu a esta cidade. A terrível destruição e a limpeza étnica forçada… A sua visita significa que não estamos sós e que há pessoas que rezam por nós. Isso dar-nos-á uma nova esperança e coragem para perseverarmos aqui na nossa própria terra, e não a abandonarmos”, acrescentou o coordenador local de projectos da Fundação AIS.




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