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Risco de morte de bebês por falta de leite materno: 67 vezes maior que por covid-19

Amamentação com leite materno

shutterstock

Reportagem local - publicado em 17/03/21

Estudos recentes reforçam importância da amamentação mesmo na pandemia e destacam riscos da sua ausência para o bebê

Risco de morte de bebês por falta de leite materno é 67 vezes maior que por covid-19, aponta estudo publicado pela revista The Lancet em 22 de fevereiro deste ano. A pesquisa foi assunto de matéria do site Sempre Família, que destacou os comprovados benefícios da amamentação para o bebê até os seus 2 anos ou mesmo além dessa idade.

A matéria observa, no entanto, que algumas lactantes que contraíram a covid-19 pararam de amamentar por medo de contaminar o bebê. Aduzindo um alerta lançado pela Pastoral da Criança, o Sempre Família ressalta que a ausência de amamentação materna acarreta “sérios riscos de mortalidade e morbilidade infantil”.

De fato, o mestre em Epidemiologia e doutor em Saúde Pública Nelson Arns Neumann, da Pastoral da Criança, declara:

“É preciso que essa informação seja disseminada para a população. Pessoas bem informadas não caem em armadilhas, mas, infelizmente, há quem se aproveite da situação de vulnerabilidade e falta de informação para aumentar suas vendas de alimentos para recém-nascidos”.

Risco de morte de bebês por falta de leite materno

A pesquisa envolveu pacientes com quadro de pneumonia decorrente da covid-19 e apontou que o coronavírus não estava presente no líquido amniótico, nem no sangue do cordão umbilical, nem no leite materno. Também não foi registrada a presença do vírus no swab da orofaringe do bebê, o que permitiu concluir que, até a publicação do estudo, não aconteceu transmissão vertical de covid-19 nem durante a gestação, nem durante o período neonatal.

Os dados disponíveis até o presente também indicam que a amamentação e o contato físico frequente entre mãe e bebê trazem mais benefícios do que riscos à criança, mesmo que a mãe esteja com covid-19. Embora pareça contraditório com as diretrizes gerais de distanciamento físico entre pessoas infectadas e não infectadas pelo vírus, o risco para bebês, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é bastante menor em comparação com adultos, ao passo que as consequências da falta de amamentação podem ser muito mais significativas.

Cuidados importantes

Ainda assim, continuam sendo evidentemente necessárias as medidas básicas de higiene e prevenção que deveriam ser adotadas independentemente da pandemia, como a higienização das mãos e dos seios antes e depois de amamentar. No contexto da pandemia, também é importante usar a máscara durante o contato com o bebê, para evitar a sua exposição a gotículas de saliva.

Se a mãe não se sentir bem para amamentar, ainda tem a possibilidade de extrair o leite manualmente ou usando bombas de extração láctea. Mas a amamentação com o leite materno merece todo o esforço possível para não deixar de ser feita nem sequer na pandemia, até porque ela pode transmitir anticorpos protetores de grande importância para os bebês.


papa francisco amamentação

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