Fanáticos islâmicos estão decapitando crianças em Moçambique, denunciou na semana passada a ONG Save the Children em referência à aberrante situação que se arrasta na província de Cabo Delgado, região norte do país, há mais de 3 anos.
Em 2017, militantes que se autoproclamam membros do famigerado bando jihadista Estado Islâmico invadiram a província e implantaram nela mais um regime de horror semelhante ao que haviam imposto ao Iraque, à Síria e à Líbia na década passada.
A Save the Children informou que manteve contato com várias famílias obrigadas a deixar as suas terras em fuga desesperada, e que os relatos sobre os horrores ali vividos são estarrecedores.
Segundo a ONG, uma mulher cuja identidade foi preservada contou ter sido forçada a testemunhar a decapitação do próprio filho de 12 anos, enquanto ela tentava se esconder com seus outros filhos:
“Nosso vilarejo foi atacado e as casas foram queimadas naquela noite. Eu estava em casa com meus quatro filhos. Tentamos fugir para a floresta, mas eles pegaram o meu filho mais velho e cortaram a cabeça dele. Nós não podíamos fazer nada, porque eles iam matar a gente também”.
Fanáticos islâmicos estão decapitando crianças em Moçambique
Crianças ainda menores já foram covardemente mortas pelos mesmos fanáticos. Outra mãe relatou um pesadelo quase idêntico ao da primeira mulher mencionada pela denúncia da Save the Children:
“Depois que o meu filho de 11 anos foi morto, nós vimos que não era mais seguro ficar no vilarejo. Fugimos para a casa do meu pai em outro vilarejo, mas, uns dias depois, eles começaram a atacar também lá”.
O diretor da Save the Children em Moçambique, Chance Briggs, afirmou que a equipe da organização “foi às lágrimas ao ouvir as histórias de sofrimento contadas pelas mães nos campos de deslocados”.