separateurCreated with Sketch.

Proibir missas é ilegal, decide a Justiça da Escócia

Catedral em Glasgow, Escócia

Catedral em Glasgow, Escócia

whatsappfacebooktwitter-xemailnative
Francisco Vêneto - publicado em 26/03/21
whatsappfacebooktwitter-xemailnative

“Essa decisão destaca a importância do papel da Igreja na sociedade”, afirma o pároco que entrou com processo contra a decisão autoritária do governoProibir missas é ilegal, decidiu nesta quarta-feira a Suprema Corte da Escócia, após julgar o veto do governo escocês às cerimônias religiosas com presença de fiéis. A decisão judicial foi emitida um dia após o governo anunciar a retomada dos cultos a partir de 26 de março com limite de 50 pessoas.

As celebrações religiosas públicas na Escócia haviam sofrido a primeira suspensão em decorrência da atual pandemia no dia 19 de março de 2020, voltando a ser permitidas em 15 de julho com limite de 50 pessoas. Os cultos com presença de fiéis voltaram a ser proibidos em 4 de janeiro deste ano, o que levou o pe. Tom White, da paróquia de St. Alphonsus, em Glasgow, a recorrer à justiça contra a proibição por se tratar, a seu ver, de “abuso extraordinário do poder do Estado”.

Ele bancou o processo com ajuda de donativos de fiéis e contou com o apoio do advogado Ryan Christopher, diretor da ADF UK, organização civil que defende as liberdades individuais.

Com a vitória na Suprema Corte, o advogado declarou:

“Celebramos esta decisão junto com o pe. Tom White, porque o tribunal reconheceu o que o governo não havia reconhecido: que a liberdade de religião e crença é um direito humano que deve ser preservado.

Ao declarar ilegal a proibição [do culto público], o tribunal ajuda a garantir que as pessoas de fé não voltem a ver os seus direitos eliminados.

Felicitamos o padre e os outros líderes religiosos envolvidos, pela coragem de encarar este necessário desafio e de garantir a proteção das igrejas em toda a Escócia no futuro”.

Proibir missas é ilegal

O pe. Tom, por sua vez, comentou:

“Estou muito feliz por constatar que o tribunal entendeu a necessidade essencial de proteger não apenas a saúde física e material da nossa sociedade, mas também as suas necessidades espirituais. Para isto, a Corte derrubou a proibição desproporcional, desnecessária e ilegal do culto público.

Essa decisão destaca a importância do papel da Igreja na sociedade. Agora podemos ter a confiança de que as nossas comunidades vulneráveis não serão mais deixadas sem a Igreja como fonte de esperança, conforto e nutrição espiritual vital em tempos de crise.

Sou grato a toda a Escócia e aos que ofereceram apoio financeiro para a minha defesa legal, assim como aos que rezaram fielmente comigo para que as portas da Igreja fossem reabertas. Dou graças a Deus por essa notícia maravilhosa”.

A paróquia do pe. Tom White abrange algumas das áreas mais empobrecidas de todo o Reino Unido, segundo a nota publicada pela ADF UK.


Papa Francisco na celebração da Paixão, Sexta-Feira Santa
Leia também:
Celebrações presenciais de Semana Santa: padre explica viabilidade a governador