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Mortes por covid em SP: se fosse país, Estado seria o 11º com mais óbitos no mundo

Cemitério Vila Formosa em São Paulo

Ettore Chiereguini | AGIF via AFP

Francisco Vêneto - publicado em 31/03/21

Nesta terça-feira, 30 de março, motoristas de vans escolares começaram a transportar corpos de vítimas da covid na capital paulista

Mortes por covid em SP: se fosse um país, o Estado mais populoso e rico do Brasil seria o 11º com mais óbitos ligados a essa doença em todo o mundo, segundo os registros da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Com 44 milhões de habitantes, o Estado paulista acumulou nesta terça-feira, 30 de março, um total de 73.492 pessoas falecidas em decorrência da covid-19, batendo também o seu recorde diário de novas mortes atribuídas à doença: 1.209 em 24 horas, uma trágica marca atingida por menos de 10 nações.

Mortes por covid em SP

O total de óbitos por essa causa no território paulista supera os registros de mortes por covid-19 em 226 países.

No ranking mundial de mortes, São Paulo ocuparia o 11º lugar caso fosse um país. Seus números são compatíveis com os da Espanha, que tem 47 milhões de habitantes e acumula 75.199 óbitos atribuídos ao novo coronavírus.

Os 15 países com mais mortes ligadas à doença, atualmente, são:

  1. Estados Unidos (328 milhões de habitantes) – 544.430 óbitos
  2. Brasil (212 milhões de habitantes) – 312.206
  3. México (127 milhões de habitantes) – 201.623
  4. Índia (1,366 bilhão de habitantes) – 162.114
  5. Reino Unido (66 milhões de habitantes) – 126.615
  6. Itália (60 milhões de habitantes) – 108.350
  7. Rússia (144 milhões de habitantes) – 98.442
  8. França (67 milhões de habitantes) – 94.402
  9. Alemanha (83 milhões de habitantes) – 76.093
  10. Espanha (47 milhões de habitantes) – 75.199
  11. Colômbia (50 milhões de habitantes) – 62.955
  12. Irã (83 milhões de habitantes) – 62.478
  13. Argentina (45 milhões de habitantes) – 55.449
  14. África do Sul (58 milhões de habitantes) – 52.710
  15. Polônia (38 milhões de habitantes) – 52.392

Números subestimados em diversos países

É relevante observar que o governo do México, nesta segunda-feira, 29, divulgou uma revisão segundo a qual o número real de mortes no país por covid-19 seria “provavelmente 60% mais alto”, superando os do Brasil. Esses números, porém, ainda não foram confirmados oficialmente e, portanto, ainda não constam nas estatísticas.

No início de fevereiro, a agência federal de estatísticas da Rússia também havia divulgado que, segundo uma revisão dos números, a quantidade de óbitos no país seria na verdade 3 vezes maior do que o informado até então. Com essa revisão, a Rússia teria saltado na época para o terceiro lugar na tabela de óbitos por covid no mundo, superando Índia e México e praticamente empatando com o Brasil. Entretanto, não houve novas notícias a respeito.

As estatísticas sobre óbitos nesta pandemia são amplamente questionadas como subestimadas em grande parte dos países, sobretudo naqueles que já vinham recebendo críticas internacionais por falta de transparência em seus números oficiais desde bem antes da crise planetária da covid-19. É o caso da própria Rússia, mas também, por exemplo, da Argentina, que na “era Kirchner” maquiou durante anos uma série de dados econômicos e sociais sensíveis, e da Índia, cuja população gigantesca dificulta consideravelmente o levantamento de dados sobre doenças e óbitos fora das estruturas de saúde.

Situação atual em São Paulo

As novas mortes por covid-19 em SP apresentam forte tendência de alta, com março de 2021 superando por ampla margem o mês de julho de 2020 como o pior de toda a pandemia.

Assim como os brasileiros em geral, a população paulista está sofrendo a intensa pressão da onda atual de contágios pelo coronavírus sobre o sistema de saúde pública e privada, com taxa de ocupação de leitos de UTI em torno de 92%. Há mais de 31 mil pacientes internados com suspeita ou confirmação da doença só no Estado de São Paulo e, apenas na região metropolitana da capital, pelo menos 230 pessoas morreram enquanto aguardavam por um leito de UTI.

A capital paulista registra quase 30% de aumento no número de enterros em relação à média normal, o que tornou habituais os sepultamentos noturnos e já levou o segundo maior cemitério da cidade, o da Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte, a suspender novos enterros, limitando-os aos de crianças e de pessoas que já possuem jazigo no local. Segundo informações do portal G1 obtidas junto a funcionários do serviço funerário da cidade de São Paulo, o cemitério fará, por enquanto, apenas exumações para liberar novas sepulturas.

Também nesta terça-feira, 30 de março, motoristas de vans escolares começaram a transportar corpos de vítimas da covid na capital paulista, já que a prefeitura precisou contratar 50 carros particulares para adaptá-los ao serviço funerário devido ao aumento agudo de óbitos.


Bispos

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