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Os dias finais de São João Paulo II: uma lembrança sobre quem morre na pandemia

João Paulo II

Abaca/EAST NEWS

Reportagem local - publicado em 07/04/21

"A lição de João Paulo II ao partir para a casa do Pai pode ser uma fonte de consolo para quem está desesperado por causa da morte"

Os dias finais de São João Paulo II podem servir de base para uma profunda reflexão sobre o sofrimento das pessoas que morrem nesta pandemia de covid-19. E essa reflexão, por mais dolorosa que seja, pode transformar-se em “fonte de consolo” para quem enfrenta o drama de ver morrerem familiares e outras pessoas amadas, contagiadas pelo coronavírus e atingidas em cheio pelas consequências da doença que ele provoca.

Mas que reflexões e consolações seriam essas?

O cardeal polonês dom Stanislaw Dziwisz, que foi secretário pessoal do Papa São João Paulo II durante mais de 40 anos, conversou com a Agência de Imprensa Polonesa (PAP) no último dia 2 de abril, data que marcou os 16 anos do falecimento do pontífice.

Dziwisz, de 81 anos, afirmou:

“A lição que João Paulo II deu ao mundo quando partiu para a casa do Pai pode ser uma fonte de consolo para quem está desesperado por causa da morte de entes queridos e para quem teme pela sua saúde e segurança. [A morte de João Paulo II] foi um momento humanamente triste e doloroso, mas, ao mesmo tempo, cheio de algo de luz”.

Ele recordou que as pessoas que estavam presentes quando o Papa deu o último suspiro não dedicaram a sua primeira oração a pedir pelo seu eterno descanso, como ocorre normalmente, mas sim a agradecer a Deus pela vida de João Paulo II. Eles entoaram o “Te Deum“, que é o mais emblemático hino de ação de graças do amplo tesouro do canto gregoriano.

Os dias finais de São João Paulo II

O cardeal destacou também a atitude do Papa diante do sofrimento físico e da perda notável das forças ao longo dos dias que antecederam a sua morte. João Paulo II aceitou a doença e a morte iminente “com humildade e até com serenidade”, declarou Dziwisz.

“A humildade dele também se manifestou no fato de não evitar as câmeras nem os encontros com as pessoas, mesmo sabendo que todos podiam ver a sua fraqueza e o seu desamparo físico. Ele foi corajoso em mostrar seu sofrimento ao mundo. Acho que isso ajudou muitos doentes e moribundos, tanto com doenças físicas quanto espirituais”.

Dom Stanislaw Dziwisz enfatizou a importância da Via Sacra na vida espiritual de São João Paulo II:

“Eu fui testemunha diária desse caminho da cruz, do seu serviço, da sua coragem, da sua total dedicação a Jesus e à Sua Mãe”.

Uma lembrança sobre quem morre na pandemia

Traçando um paralelo com os enfermos da pandemia, o cardeal falou da necessidade cristã de admitirmos a brevidade da vida e a urgência de nos prepararmos bem para o encontro com Deus, reconciliando-nos com os nossos irmãos:

“Para um encontro com o Senhor misericordioso, é preciso estarmos preparados a qualquer momento. Isso também ficou claro para nós com a pandemia, porque muitos não só não puderam se despedir dos seus entes queridos como ainda partiram com o peso morto da dor de não conseguir perdoar”.

São João Paulo II

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