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Jornal da Santa Sé critica o projeto da Superliga da Europa

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Antoine Mekary | ALETEIA | I.Media

Caroline Becker - Reportagem local - publicado em 23/04/21

"A Superliga nada mais é do que isso: uma forma deselegante e até cínica de ganhar mais dinheiro", publicou o jornal

Falando para um grupo de atletas que recebeu em 22 de abril de 2021 no Vaticano, o Papa Francisco declarou que “a maior derrota de um atleta” é “jogar sozinho”. Contra uma visão individualista do esporte que “destrói”, o Papa Francisco defende dois princípios fundamentais: “sempre como uma equipe” e permanecer um “amador”.

Estas palavras, o pontífice argentino dirigiu-as aos jogadores da equipe de pólo aquático de Recco – uma cidade nos arredores de Gênova (Itália). O pontífice insistiu na dimensão coletiva do esporte e criticou quem joga sem dar atenção ao outro. Com uma expressão futebolística tipicamente argentina, repreendeu a atitude de quem “come a bola”, em vez de passá-la.

O chefe da Igreja Católica ainda defendeu que a verdadeira “mística do esporte” reside “nesta pequena parte do amadorismo que deve estar sempre lá”. 

Superliga da Europa

Ainda que o Papa não tenha se referido a nenhuma notícia em particular, é claro que ressoam repercussões sobre o projeto da Superliga da Europa. A Superliga, que já está sendo tratada como um “golpe”, é uma iniciativa de 12 clubes para criar um campeonato de futebol próprio e romper com a UEFA.

Um artigo publicado em 20 de abril no  L’Osservatore Romano,  o jornal oficial do Vaticano, mostra que a Santa Sé não apreciou a iniciativa dos magnatas do futebol.

“Dinheiro, muito dinheiro, muitas vezes acaba estragando tudo. Até as coisas mais bonitas.” Assim começou o artigo de Gaetano Vallini, jornalista do jornal diário da Santa Sé. Seu veredicto não poderia ser mais claro: “A Superliga nada mais é do que isso: uma forma deselegante e até cínica de ganhar mais dinheiro.”

O artigo também recordou o ponto de vista expresso recentemente pelo Papa Francisco no diário italiano LaGazzetta dello Sport : “Para quem está acostumado a vencer, a tentação de se sentir invencível é forte: a vitória, às vezes, pode torná-lo arrogante”.

O Papa já tinha abordado a capacidade de “redenção” que a derrota pode oferecer quando alguém a supera com o coração. Um apelo a um esporte mais humilde, que resgata os fundamentos que o pontífice tantas vezes martelou a todos os atletas que o procuram no Palácio Apostólico: “sempre em equipe” e permanecer “amador”.

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