Verdadeiro favorito na premiação do Oscar deste ano, que aconteceu neste domingo (25), o filme Nomadland, sobre o qual falamos por aqui na semana passada, de fato se sagrou o grande vencedor da noite, com os prêmios de melhor filme, direção e roteiro adaptado (para a cineasta chinesa Chloé Zhao), atriz (para Frances McDormand), fotografia e montagem. Mas o indivíduo que saiu mais vitorioso pode ser considerado o ator veterano Anthony Hopkins, que aos 83 anos foi premiado com o Oscar de melhor ator por sua sensível atuação no longa Meu Pai, o segundo de sua carreira, vinte anos após ter interpretado Hannibal Lecter em O Silêncio dos Inocentes, papel que rendeu sua primeira estatueta na premiação.
Pego desprevenido
Quando soube que havia sido o vencedor, Sir Anthony Hopkins não estava em Los Angeles, que há 93 anos sedia todas as cerimônias do Oscar, mas em sua terra natal, o País de Gales, para onde tinha viajado para visitar o túmulo de seu pai, o padeiro Richard Arthur Hopkins, falecido em 1981. A partir da bateção nas paredes do hotel onde estava hospedado na cidade de Port Talbot, Anthony Hopkins descobriu que tinha ganhado e pode ligar na premiação, que teve seu nome anunciado por Joaquin Phoenix, vencedor do mesmo prêmio no ano passado por Coringa. Na manhã desta segunda (26), Anthony Hopkins postou em sua conta no Instagram um vídeo explicando o quanto ficou surpreendido, pois imaginava que o prêmio seria dado a Chadwick Boseman, morto no ano passado e de fato o favorito com indicação dupla por suas atuações nos filmes Destacamento Blood e A Voz Suprema do Blues. ‘Eu sou grato à Academia e obrigado. Quero prestar homenagem a Chadwick Boseman, que nos foi tirado muito cedo, e mais uma vez, muito obrigado a todos. Eu realmente não esperava por isso, então me sinto muito privilegiado e honrado. Obrigado”, disse o ator.
História familiar
Disponível na plataforma Now, da NET, Meu Pai conta a delicada história do idoso Anthony, interpretado por Hopkins, que começa a sofrer com demência. Sem conseguir mais se lembrar de fatos históricos e sempre se esquecendo de onde deixou as coisas, o idoso começa a criar desavenças com seu cuidador, o que acaba chegando à atenção de sua filha, Anne (vivida pela atriz Olivia Coleman), que precisa intensificar os cuidados e se aproximar do pai. Em uma entrevista, Hopkins revelou ter se inspirado em seu próprio pai ao interpretar o papel: “Meu pai estava assim quando estava morrendo, porque estava com medo. Ele estava com medo. Não quer dizer, apenas irascível, assustado. E é doloroso ver isso. E você pensa na desesperança, no vazio, na tristeza de tudo isso, e sem saber que nenhum de nós sairá disso com vida”.
