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Papa: o maior milagre que um cristão pode realizar

Reportagem local - publicado em 06/05/21

Segundo o Papa Francisco, há apenas um grande chamado no Evangelho, que é o ápice e o centro de tudo

Os atos que nascem verdadeiramente da oração são um tipo de milagre que o cristão pode realizar, afirmou ontem o Papa Francisco.

Em sua catequese semanal, o Papa falou sobre a oração contemplativa:

O que nasce da oração e não da presunção do nosso ego, o que é purificado pela humildade, mesmo que seja um gesto de amor isolado e silencioso, é o maior milagre que um cristão pode realizar. E este é o caminho da oração de contemplação: eu olho para Ele, Ele olha para mim! Esta ação de amor em diálogo silencioso com Jesus faz tão bem à Igreja.

O Papa explicou que “a dimensão contemplativa do ser humano – que ainda não é a oração contemplativa – é um pouco como o ‘sal’ da vida: dá sabor, dá gosto aos nossos dias”.

Podemos contemplar olhando de manhã para o nascer do sol, ou para as árvores que se vestem  de verde na primavera; podemos contemplar ouvindo música ou o canto dos pássaros, ao ler um livro, diante de uma obra de arte ou daquela obra-prima que é o rosto humano…

Transformação do coração

Segundo o Papa, ser contemplativo não depende dos olhos, mas do coração.

E nisto entra em jogo a oração, como um ato de fé e amor, como “respiro” da nossa relação com Deus. A oração purifica o coração e, com ele, ilumina também o olhar, permitindo que captemos a realidade sob outro ponto de vista.

O Papa citou o Catecismo da Igreja, que diz que a luz do olhar de Jesus ilumina os olhos do nosso coração; ensina-nos a ver tudo à luz da sua verdade e da sua compaixão para com todos os homens. 

Pois bem: na contemplação amorosa, típica da oração mais íntima, não há necessidade de muitas palavras: basta um olhar, basta estarmos convencidos de que a nossa vida está rodeada por um grande e fiel amor do qual nada nos pode separar. 

Jesus nosso mestre

Jesus era um mestre deste olhar – afirmou o Papa. “Na sua vida nunca faltaram os tempos, os espaços, os silêncios, a comunhão amorosa, que permite que a existência não seja devastada pelas provações inevitáveis, mas que a sua beleza seja preservada intacta. O seu segredo era a relação com o Pai celestial”.

O Papa explicou que “alguns mestres de espiritualidade do passado compreenderam a contemplação em oposição à ação, e exaltaram aquelas vocações que fogem do mundo e dos seus problemas, a fim de se dedicarem inteiramente à oração”.

Na realidade, em Jesus Cristo, na sua pessoa e no Evangelho não há oposição entre a contemplação e a ação, não. No Evangelho, em Jesus não há contradição.  Isto veio provavelmente da influência de algum filósofo neoplatónico, mas é certamente um dualismo que não pertence à mensagem cristã. 

Segundo o Papa, há apenas uma grande chamada no Evangelho, que é seguir Jesus no caminho do amor.

Este é o ápice e o centro de tudo. Neste sentido, caridade e contemplação são sinónimos, dizem a mesma coisa. São João da Cruz afirmava que um pequeno gesto de amor puro é mais útil para a Igreja do que todas as outras obras juntas. O que nasce da oração e não da presunção do nosso ego, o que é purificado pela humildade, mesmo que seja um gesto de amor isolado e silencioso, é o maior milagre que um cristão pode realizar. E este é o caminho da oração de contemplação: eu olho para Ele, Ele olha para mim! Esta ação de amor em diálogo silencioso com Jesus faz tão bem à Igreja.

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