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Praga de padre: que superstição é essa?

Padre

LightField Studios | Shutterstock

Reportagem local - Arquidiocese de São Paulo - publicado em 06/05/21

Leitora quer saber: quando um padre deseja algo ruim a alguém, isso se concretiza?

Praga de padre: esse foi o curioso assunto tratado pelo pe. Cido Pereira em sua coluna de perguntas e respostas no jornal O São Paulo, da arquidiocese paulistana. Quem mandou a pergunta foi a leitora Neusa Maria, do bairro do Brooklin:

“O povo antigo costuma dizer que ‘praga de padre’ pega. Isso é verdade?”

O pe. Cido respondeu:

“Minha irmã, não é só ‘praga de padre’ que o povo costuma dizer que pega, Neusa. O povo acha que ‘praga de mãe’ também. Vamos meditar um pouco sobre isso.

Quando falamos de praga, lembramo-nos de maldição, não é mesmo? E o que é maldição? É desejar e manifestar uma coisa má a alguém. É um gesto horrível, muitas vezes marcado pelo ódio, pela raiva de ter sido ofendido, traído, humilhado.

Eu penso que nenhuma pessoa deve amaldiçoar alguém ou jogar praga. Além de feio, trata-se de uma atitude carregada de sentimentos ruins que fazem mais mal a quem os manifesta do que aos destinatários”.

Praga de padre?

O sacerdote prosseguiu:

“Se a praga não cabe bem a nenhuma pessoa, muito mais ainda na boca de um padre que foi chamado por Deus para ser sacerdote e profeta do Deus de amor e ser bom pastor do povo, à imitação de Cristo, o Bom Pastor.

O padre foi chamado por Deus para aconselhar, repreender se preciso, educar na fé, conduzir as pessoas a Deus, abençoar em nome de Deus. Assim, não há sentido alguém que Deus amou com um amor de predileção se deixar levar pelo ódio e desejar algo ruim a alguém, não é mesmo?

A mesma coisa se deve dizer em relação às mães. Eu penso que um filho que maltrate tanto a sua mãe a ponto de ela querer amaldiçoá-lo, se ele não for doente, não é ‘flor que se cheire’. Não precisa maldição ou praga para ele ser infeliz na vida. Ele já é infeliz.

Que em nossos lábios haja sempre palavras de bênção e não de maldição, minha querida Neusa. Que Deus a abençoe, hoje e sempre”.

Em resumo:

Não faz o menor sentido achar que Deus obedece a quem invoca o mal para os outros. Se alguém nos deseja o mal, o problema é dessa própria pessoa que alberga maus sentimentos, seja ela quem for.

Nossa vida não está sujeita aos maus sentimentos alheios. Oremos pelas pessoas que alimentam esse tipo de atitude negativa, para que abram seu coração e se convertam ao bem.

Se alguém lhe “rogar uma praga”, não dê a mínima para isso: peça confiantemente que Deus nos livre sempre de todo mal, como já rezamos no Pai-Nosso: “Livrai-nos do mal”.

E, claro: perdoe e reze por essa pessoa que lhe deseja o mal, pois ela certamente precisa. Aliás, isso também está no Pai-Nosso: “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”…

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