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Amor e individualismo são incompatíveis?

GIRL SMILING
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Carlos Padilla Esteban - publicado em 09/05/21
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O amor é comunhão, caminhar juntos, apoiar-nos quando falta motivação, sem reclamar, sem criticar nem pensar mal dos outros

As coisas desta vida ficam por aqui, não poderemos levá-las. Mas as pessoas a quem amamos e que nos amaram são nosso maior tesouro e este tesouro nós poderemos levar ao céu, gravado na alma.

São aquelas pessoas que cuidaram de nós e de quem cuidamos. As que nos curaram e que curamos. Os abraços, os silêncios, as palavras de carinho, os gestos de amor concreto, o afeto, os olhares, as expressões de amor.

Sem todos eles, nunca teríamos podido caminhar, chegar a nenhuma meta, alcançar nenhum desejo, chegar a ser o que somos, sem medo, seguros. Acho que a vida é isso: caminhar juntos rumo ao céu, apoiando, dando sustento, carregando uns aos outros, perdoando, sonhando.

Acho que, neste caminho, todos nós compartilhamos a missão de Simão de Cirene. É impressionante esse momento do caminho ao Calvário. Jesus está cansado, caído. Procuram um homem. Desesperados. Alguém que possa ajudar um condenado. Alguém disposto a manchar suas mãos com um homem que seria executado.

O Cireneu não sabia que esse gesto transformaria sua vida para sempre. Dando sua vida, ele a salva. Doando sua alma, ele a recupera. Ele não sabia que seu verdadeiro caminho começava em meio a esse tormento, subindo ao Calvário.

Nossa vida é assim. Carregamos cruzes. E os outros carregam nossas cruzes também. Outros nos ajudam e vemos com alívio como nos levantam em nossas cruzes. Não estamos sozinhos, não nos salvamos sozinhos.

O mundo é individualista, mas a Igreja nunca o será. Não pode ser. O amor é comunhão.

Caminhamos juntos, apoiando uns aos outros, sustentando-nos quando falta motivação, sem competir para chegar antes, sem reclamar do que consideramos injusto, sem criticar nem pensar mal dos irmãos, sem suspeitar de outras intenções.

Sim, este é o caminho. Jesus está no meio de nós, ao nosso lado, na cruz, sempre que invocamos seu nome, quando suplicamos sua presença, seu abraço, sua ajuda.

Em meio à nossa vida cotidiana, na qual a subida às vezes se torna difícil, na qual às vezes pensamos que Ele está ausente... aí, entre muitos outros rostos, em meio às penúrias de cada dia. Sim, Ele está aí. Na minha rotina, no meu dia a dia, nas manhãs acinzentadas, nas noites escuras. Em meio a tudo o que me perturba, em meio às dores que não compreendo.

Aí, quando me visto de cinza e me sinto triste. E também quando curto a vida e me alegro com a luz do dia. Aí, ao meu lado. Subindo o Calvário, descendo ao Horto das Oliveiras. E correndo pelos bosques repletos de vida, caminhando por desertos cheios de solidão.

Não caminhamos sozinhos.

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