"Self-service" de Eucaristia é sugerido pelo governo da Irlanda para evitar contágios: o país autorizou o retorno das Missas presenciais neste último domingo, 10 de maio de 2021, após prolongar medidas restritivas dentre as mais rígidas da Europa com a justificativa de combater a pandemia de covid-19.
Apesar de tolerarem a reabertura das igrejas, porém, as autoridades políticas irlandesas estão tentando intrometer-se nas normas do rito litúrgico, extrapolando a sua alçada.
De acordo com informações do site Infovaticana publicadas em 5 de maio, o governo da Irlanda decretou que os ministros da Comunhão usem máscaras ou se posicionem atrás de um biombo na hora de distribuir a Eucaristia. A própria Eucaristia, por "sugestão" do governo, deve ser preferencialmente entregue "em copos ou recipientes descartáveis individuais", colocados "sobre uma bandeja ou mesa", a fim de que cada fiel se sirva - como se estivesse num restaurante com sistema "self service".
Episódios parecidos de ingerência na liturgia foram registrados também no Brasil: os governos estaduais de Santa Catarina e do Ceará tentaram obrigar as igrejas católicas ao absurdo de pré-embalar a Santíssima Eucaristia como se as sagradas espécies fossem bolachas para "delivery".
Além de arbitrárias, as determinações desses governos de impedir os fiéis de receberem a Eucaristia na boca não apresentam embasamento científico no parecer de médicos da Itália e da Áustria.
Ainda em 2020, um grupo de 21 médicos católicos austríacos escreveu à Conferência Episcopal do seu país pedindo que fosse revogada a proibição de se receber a Sagrada Comunhão na boca. Eles remeteram o seu posicionamento à argumentação apresentada pelo Dr. Filippo Maria Boscia, presidente da Associação dos Médicos Católicos Italianos, que havia explicado por que "a Comunhão na boca é mais segura do que na mão".
Determinações incoerentes ou arbitrárias foram denunciadas, por exemplo, pelos bispos mencionados neste seguinte artigo:
Outro exemplo foram as determinações arbitrárias impostas pelo governo da França no final do ano passado, que também levaram milhares de católicos a se manifestarem publicamente contra o autoritarismo e contra as medidas sem fundamentação científica. O caso pode ser conferido no seguinte artigo:
A estranha obsessão de governos em cercear o culto católico também tem sido vista com abundância na Argentina. Recentemente, dois policiais chegaram a interromper uma Celebração Eucarística de Primeira Comunhão que estava acontecendo em pleno ar livre - e com todas as normas de distanciamento e higiene sendo observadas.