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Papa Francisco explica quais são os piores inimigos da oração

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Antoine Mekary | ALETEIA

Reportagem local - publicado em 13/05/21

"O Inimigo engana-nos deste modo", afirmou o Santo Padre

O papa Francisco afirmou nessa quarta-feira que os piores inimigos da oração “estão dentro de nós”.

Em sua catequese semanal, o papa expressou inicialmente sua alegria por retomar o encontro com os peregrinos na Praça de São Pedro.

“Sinto-me feliz por retomar este encontro face a face, pois digo-vos uma coisa: não é agradável falar em frente de nada, em frente de uma câmara. Não é agradável. E agora, depois de tantos meses, estamos aqui reunidos”, disse.

Rezar é difícil

Segundo o Papa, a oração cristã, assim como toda a vida cristã, não é um “passeio”.

Nenhum dos grandes orantes que encontramos na Bíblia e na história da Igreja teve uma oração “confortável”. Sim, podemos rezar como os papagaios – blá-blá-blá – mas isto não é oração. A oração certamente concede uma grande paz, mas através de uma luta interior, por vezes dura, que pode acompanhar até longos períodos da vida. Rezar não é algo fácil e por isso fugimos da oração.

O Papa reconheceu que, “cada vez que a queremos fazer, de repente lembramos de outras atividades, que naquele momento parecem mais importantes e urgentes”.

Isto acontece também a mim: vou rezar um pouco… E não, devo fazer isto e aquilo… Fugimos da oração, não sei porquê, mas é assim. Quase sempre, depois de termos adiado a oração, percebemos que aquelas coisas não eram absolutamente essenciais, e que talvez tenhamos desperdiçado tempo. O Inimigo engana-nos deste modo. 

Noite escura

Todos os homens e mulheres de Deus relatam não só a alegria da oração – prosseguiu o Santo Padre –, mas também “o desconforto e o cansaço que ela pode provocar: por vezes é uma luta difícil respeitar os tempos e as formas de oração”.

Alguns santos levaram-na a cabo durante anos sem experimentar qualquer gosto por ela, sem se aperceberem da sua utilidade. O silêncio, a oração e a concentração são exercícios difíceis, e por vezes a natureza humana rebela-se. Preferiríamos estar em qualquer outra parte do mundo, mas não ali, naquele banco de igreja a rezar. Quem quiser rezar deve lembrar-se de que a fé não é fácil, e por vezes procede na quase total obscuridade, sem pontos de referência. Há momentos da vida de fé que são obscuros e por isso alguns Santos definiu-os: “A noite escura”, pois não se sente nada. Mas eu continuo a rezar.

A lista de inimigos da oração

O Papa explicou que o Catecismo da Igreja Católica enumera uma longa lista de inimigos da oração, aqueles que tornam difícil rezar, que põem dificuldades.

Alguns duvidam que a oração possa realmente alcançar o Todo-Poderoso: por que permanece Deus em silêncio? Se Deus é Omnipotente, poderia dizer duas palavras e pôr fim à história. Perante a intangibilidade do divino, outros suspeitam que a oração é uma mera operação psicológica; algo que pode ser útil, mas que não é verdadeiro nem necessário: poder-se-ia até ser praticante sem ser crente. E assim por diante, muitas explicações.

Contudo – prosseguiu o Papa –, os piores inimigos da oração “estão dentro de nós”.

Catecismo chama-os assim: «desânimo na aridez, tristeza por não dar tudo ao Senhor, porque temos “muitos bens”, decepção por não sermos atendidos segundo a nossa própria vontade, o nosso orgulho ferido que se endurece perante a nossa indignidade de pecadores, alergia à gratuitidade da oração» (n. 2728). Trata-se claramente de uma lista sumária, que poderia ser aumentada. 

O que fazer no tempo da tentação, quando tudo parece vacilar?

Se olharmos para a história da espiritualidade, vemos imediatamente que os mestres da alma foram muito claros sobre a situação que descrevemos. Para a superar, cada um deles ofereceu alguma contribuição: uma palavra de sabedoria, ou uma sugestão para enfrentar tempos carregados de dificuldades. Não se trata de teorias elaboradas, não, mas de conselhos nascidos da experiência, que mostram a importância de resistir e perseverar na oração. 

Exercícios espirituais

Seria interessante rever pelo menos alguns destes conselhos, porque cada um deles merece ser estudado em profundidade. Por exemplo, os Exercícios espirituais de Santo Inácio de Loyola são um livrete de grande sabedoria, que ensina como pôr a vida em ordem. Faz-nos compreender que a vocação cristã é militância, é decisão de estar sob a bandeira de Jesus Cristo e não sob a do diabo, procurando praticar o bem até quando se torna difícil.

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