separateurCreated with Sketch.

Grandes místicas cistercienses

GERTRUDA Z HELFTY
whatsappfacebooktwitter-xemailnative
Vanderlei de Lima - publicado em 16/05/21
whatsappfacebooktwitter-xemailnative
Teremos os ricos ensinamentos dessas santas disponíveis às monjas, aos monges, oblatos(as) e ao Povo de Deus em geral. Uma graça divina grandiosa, sem dúvida

Em 2015, ao confeccionar o livro Monges e monjas cistercienses: pequena introdução à vida monástica (Ed. Ixtlan), surgiu, em conversas com a Ir. Elizabeth da Trindade, O. Cist., então priora – hoje abadessa – da Abadia Nossa Senhora Aparecida, de Campo Grande (MS), um projeto altamente desafiador.

Em que consiste ele? – Consiste em traduzir e publicar, dentro de alguns anos, no Brasil, as obras das grandes místicas cistercienses. Sim, com essa iniciativa, teríamos aqui os ricos ensinamentos dessas santas disponível às monjas, aos monges, oblatos(as) e ao Povo de Deus em geral. Uma graça divina grandiosa, sem dúvida.

No entanto, para que o nosso arrojado projeto fosse adiante duas coisas se faziam necessárias do ponto de vista humano: 1) o acesso aos livros a serem traduzidos e 2) o interesse dos mosteiros na divulgação das obras publicadas. A primeira tarefa não nos foi tão difícil; todavia, a segunda tem sido mais desafiadora. É de se crer, contudo, que também a superaremos com a graça de Deus, por intercessão de Nossa Senhora e das santas místicas cistercienses.

Para abertura dos trabalhos publicou-se – a título de introdução geral às místicas cistercienses – A mulher, a monja e a mística cisterciense. Reúne ela quatro Conferências de três monjas e de um monge, cistercienses e trapistas, sobre a trilogia que o título sintetiza, ou seja, começa tratando da mulher que se torna monja e, na vida monástica, alcança a íntima união com Deus: a essência da verdadeira mística.

Nesse tempo, a Editora Artpress, de São Paulo (SP), concluiu a publicação da Mensagem do amor de Deus, de Santa Gertrudes de Helfta, em cinco volumes, e das Edições Subiaco, de Juiz de Fora (MG), já existia Santa Gertrudes de Helfta: vida e exercícios espirituais que contém o antigo “Manual gertrudiano”. Com essas duas publicações, estava completa, em português, a rica obra da grande mística de Helfta. Houve, então, a necessidade de elaborar uma introdução popular à vida e às obras de Santa Gertrudes. Nasceu, aqui, o livro Recorramos a Santa Gertrudes de Helfta.

Todavia, a primeira obra das místicas a vir à luz – e aqui tem início a “Coleção” propriamente dita – foi Cartas da Trapa, da monja trapista italiana Gabriela Sagheddu, beatificada pelo Papa São João Paulo II em 1983. Este pontífice ainda a citou no número 27 da sua encíclica Ut unum sint (Para que todos sejam um) e o Papa Francisco, por sua vez, a recordou na Exortação Apostólica Gaudete et exsultate, número 5. Sairá em breve.

A segunda publicação é um opúsculo intitulado Os sete modos do amor, de Beatriz de Nazaré. A obra vem acompanhada de um oportuno e respeitado estudo sobre essa mística do século XIII. Foi elaborado pela Madre Liliana Schiano Moriello, O.C.S.O., priora do mosteiro trapista Nossa Senhora da Boa Vista, em Rio Negrinho (SC). Os sete modos do amor é o único escrito dessa santa cisterciense que conhecemos.

As duas últimas obras são monumentais, tanto em profundidade espiritual e teológica quanto em número de páginas. Trata-se de A luz divina ilumina os corações, de Matilde de Magdeburgo, e d’O Livro da graça especial, de Matilde de Hackeborn. Ambas contém sete livros cada uma.

Fique aqui registrada, por fim, uma gratidão especial à Editora Cultor de Livros, de São Paulo (SP), que, com amor cristão e profissionalismo ímpar, abraçou esse exigente trabalho. Sejam ainda citados: Ir. Vinicius Hernandes Barbosa, O. Cist., monge da Abadia Nossa Senhora da Santa Cruz, de Itaporanga (SP); Dr. Vitor Roberto Pugliesi Marques, OSB obl., e Ir. Miguel Maria, monge da Trapa de San Isidro de Dueñas, Palência, Espanha. Deus, em sua infinita bondade, recompense, de modo idêntico, a tantos outros beneméritos operários da primeira hora (cf. Mt 20,1-2) e aos demais que se unirão a nós nas próximas etapas deste árduo, mas edificante e importante trabalho (cf. Mt 20,6-8).

Ir. Vanderlei de Lima é eremita de Charles de Foucauld e tradutor responsável pela coleção "Grandes Místicas Cistercienses"