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Religioso testemunha cura operada pela invocação da Sagrada Face

Manoppello

TIZIANA FABI | AFP

Frei André Tavares - publicado em 20/05/21

Testemunho de frei Jean-Christophe de Nadaï, dominicano: tive uma conversa com um professor de Medicina, que me disse: “Não foram os homens que fizeram isso”

No dia 4 de abril de 2018, uma terça-feira, pouco antes do Domingo de Ramos, nos dias da Paixão, acordei com a face direita de meu rosto paralisada, com a boca particularmente afetada (alguns líquidos absorvidos podiam escorrer, de modo que eu não podia celebrar a missa sem irreverência para com o Precioso Sangue do Senhor), assim como as pálpebras, de modo que era preciso umedecer regularmente o olho direito, para que não ficasse seco, mantendo-o cuidadosamente fechado, durante a noite, com a ajuda de um esparadrapo. O médico do Hospital da Salpêtrière, que consultei no mesmo dia, disse-me que se tratava de uma forma especialmente grave de paralisia, de origem viral; a tal quadro, suceder-se-ia, aparentemente, um estado de imensa fatiga; tentaríamos reduzir a inflamação pela administração de corticóides; mas, não havia nenhuma certeza de que o nervo facial voltaria ao normal em sua integralidade, nem que os sintomas desapareceriam. 

Na terça-feira 2 de maio (Terceiro Domingo de Páscoa), uma fiel leiga que costuma frequentar a missa no Convento Saint-Jacques, em Paris, cheia de compaixão, devido meu estado, veio trazer-me um fio do óleo da Sagrada Face, do Santuário de Tours. Ela era uma antiga enfermeira, e uma cristã cujo fervor para com Nosso Senhor está pautado nas lembranças de seus desvios espirituais, dos quais foi por Ele livrada, através de uma conversão repentina. 

É claro que eu não ignorava que meus confrades dominicanos de Tours haviam sido designados pelo Arcebispo daquela cidade para serem os guardiães do oratório da Sagrada Face, ainda mais porque em minha missão acadêmica eu tinha como colega o Prior do Convento de Tours. E, contudo, o fato é que por mim mesmo eu não tinha pensado em recorrer às graças que o Senhor poderia me oferecer por meio da devoção à Sagrada Face, à qual a forma particular de doença que eu sofria poderia, entretanto, levar-me a recorrer. 

Assim sendo, os caminhos pelos quais a ajuda me foi trazida foram singulares, pois foi de maneira completamente imprevisível que a fiel da qual falo ficou sabendo sobre o culto à Sagrada Face na cidade de Tours. Eis como foi.

Ela costuma participar da missa que, todas as quintas-feiras, é celebrada na intenção dos doentes, na Igreja de San-Nicolas-des-Champs, em Paris (confiada à Comunidade do Emanuel). Ela foi até lá em 27 de abril. Naquele dia, ficou impressionada ao ver o modo como uma pessoa doente rezava, o que a levou a abordar a mesma. Como ambas tinham trocado seus endereços, no final de sua conversa, ela ficou surpresa em receber da pessoa doente oito fios de óleo da Sagrada Face de Tours, a fim de distribuí-los, segundo as necessidades que ela pudesse distinguir; sua escolha recaiu, pois, sobre mim.

Ignoro porque não fiz uso imediatamente. Mas, no dia 4 de maio, quinta-feira, exatamente um mês após o primeiro sintoma deste mal, uma dor muito incômoda apareceu e me levou-me a fazer uso deste óleo, ungindo com ele meu rosto; isso foi um pouco antes da missa do meio-dia. No lugar do alívio que eu esperava, experimentei, ao contrário, uma dor intensa em meu rosto. Vi nisso o sinal de que Jesus Cristo queria fazer-me participar do mistério de sua Paixão, de modo que me coloquei a rezar por certas intenções que me haviam sido confiadas. Isso durou somente alguns minutos, ao termo dos quais a dor desapareceu completamente. 

Na manhã seguinte, no dia 9 de maio, fui submetido a um exame médico no Hospital da Salpêtrière, já anteriormente agendado. Era para verificar, por meio de uma corrente elétrica, o estado do nervo facial. O médico me disse, com muita surpresa, que o nervo reagia perfeitamente aos estímulos elétricos, e que, assim, ele havia aparentemente reencontrado sua total integridade. Na quinta-feira seguinte, tive uma conversa com um professor de Medicina, que me disse: “Não foram os homens que fizeram isso”. 

Contudo, eu prossegui com as massagens faciais cotidianas, como orientado pela fonoaudióloga da Salpêtrière, que eu devia rever no dia 12 de junho, uma segunda-feira. Então ela constatou, também com muita surpresa, que o rosto havia reencontrado perfeitamente sua mobilidade. Entretanto, marcamos uma última consulta, para o dia 18 de setembro, uma segunda-feira, na qual ela constatou que eu não ficara com as seqüelas que, às vezes, sucedem esta doença, após sua cura. 

Paris, Convento Saint-Jacques, na Festa da Sagrada Face (13 de fevereiro de 2018) 

Frei Jean-Christophe de Nadaï, op, é frade dominicano, Doutor em Letras Clássicas. Vive no Convento Saint-Jacques, em Paris. Trabalha na edição dos textos de Santo Tomás de Aquino, na Comissão Leonina.

Tradução: frei André Luís Tavares, op.

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