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Padre e dez fiéis sequestrados na Nigéria “choravam e pediam ajuda”, diz testemunha

NIGERIA

Aid to the Church in Need

Francisco Vêneto - publicado em 21/05/21

"Estão matando cristãos como frangos": frase de arcebispo há 2 anos continua tragicamente atual

Padre e dez fiéis sequestrados na Nigéria “choravam e pediam ajuda”, disse uma testemunha, cuja identidade foi preservada, em declarações à organização de jornalismo cidadão Sahara Reporters, sediada em Nova Iorque e especializada na cobertura de assuntos ligados à África.

O sequestro aconteceu na manhã desta segunda-feira, 17 de maio, durante uma invasão de bandidos armados ao vilarejo de Kadaje, no estado nigeriano de Kaduna.

Oito pessoas foram assassinadas durante o ataque.

Padre e dez fiéis sequestrados na Nigéria

A fonte que falou à equipe da Sahara Reporters declarou que os moradores do povoado “choravam e pediam ajuda”, mas ninguém apareceu em seu socorro – nem sequer os militares destacados para proteger a região, que é cenário frequente de atentados perpetrados por extremistas islâmicos ligados ao bando jihadista Boko Haram.

“Gritamos por socorro, mas ele nunca veio, nem com a presença dos militares. Neste momento há 11 pessoas desaparecidas e 8 mortos. Um padre está entre os desaparecidos”.

Aparentemente, a violência teria ocorrido como resposta a uma série de ataques aéreos do exército nigeriano contra locais supostamente ocupados por criminosos no estado de Kaduna. A ofensiva militar havia sido confirmada em 14 de maio por Samuel Aruwan, comissário estadual para a Segurança e Assuntos Internos. Mediante comunicado oficial, o comissário havia informado:

“Muitos bandidos foram mortos e seus campos foram destruídos no ataque aéreo. Estas operações aéreas, que incluem interdição aérea, reconhecimento armado e patrulhas, continuarão nos próximos dias na área metropolitana de Kaduna e em outras áreas de interesse do estado. As principais rodovias também serão patrulhadas”.

“Estão matando cristãos como frangos”

A Nigéria tem sido palco sangrento, ao longo de anos, das ações de grupos radicais islâmicos. Além do Boko Haram, o país tem sofrido com a violência dos pastores nômades da etnia Fulani, que também compõem uma seita extremista muçulmana. Os alvos principais da covardia desses bandos são os cristãos locais.

De fato, em 26 de abril de 2019, o arcebispo de Kaduna, dom Matthew Man-oso Ndagoso, chegou a fazer uma retumbante declaração ao portal católico LifeSiteNews:

“Estão matando cristãos como frangos”.

A frase do arcebispo deu a volta ao mundo, mas pouco mudou desde então na situação dramática dos cristãos perseguidos no país. A violência crônica prossegue a todo o vapor e dificilmente é abordada pela assim chamada “grande mídia” mundial, da mesma forma que esse genocídio em andamento pouco ou nada interessa aos “profissionais da indignação internacional”.

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