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A Visitação de Maria: o modelo para a Igreja pós-pandemia

Visitação

Rogier van der Weyden | Public Domain

Tom Hoopes - publicado em 31/05/21

Se cada um de nós visitasse apenas um católico em crise de fé e se comprometesse a compartilhar suas alegrias e tristezas e responder às suas dúvidas, a crise de fé acabaria

Muitos católicos estão preocupados com os fracos sinas da fé durante a pandemia. Mas, para variar, Maria tem a resposta! E ela está na festa da Visitação.

Por exemplo: não faz muito tempo que o Pew Research Center relatou que “Apenas um terço dos católicos dos Estados Unidos concorda com sua igreja que a Eucaristia é o corpo e o sangue de Cristo”. Agora, “o número de membros da Igreja nos EUA cai abaixo da maioria pela primeira vez ”, relatou Gallup em março. 

Há, entretanto, muitos desdobramentos sobre esses números: de quem é a culpa? E de quem é o trabalho de revertê-lo? Quem pode alcançar tantas pessoas que precisam da Palavra?

A resposta está na Visitação: cada um de nós

A Bem-Aventurada Virgem Maria mudou o rumo da história quando o anjo Gabriel veio até ela e lhe deu a oportunidade de ser a Mãe de Jesus.

A primeira coisa que ela fez (e que todo cristão deveria fazer) foi dizer “Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra.” Esse foi o fiat de Maria, a grande aceitação da vontade de Deus em sua vida.

A segunda coisa que Maria fez e também deve ser inspiração para todos os cristãos está na continuidade do Evangelho: “Maria se levantou e foi apressadamente para a região montanhosa”, para visitar sua prima grávida, Isabel, a esposa de Zacarias.

Com isso, podemos traçar um paralelo entre a dimensão “vertical” de nossa vida cristã – nosso louvor e adoração a Deus – e a dimensão “horizontal” – nosso serviço ao próximo. 

De fato, Maria via os dois mandamentos como intrinsecamente ligados. Seu filho, mais tarde, aplicaria essa abordagem a todos nós, dizendo: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua mente. Este é o grande e primeiro mandamento. E um segundo é assim: Você deve amar o seu próximo como a si mesmo. ”

Portanto, você não pode fazer um sem o outro.

O que Maria não fez

Maria não se queixou de que os líderes judeus da época não a estavam ajudando. Ela não se preocupou por estar sendo enviada para a casa de um sacerdote que ficara mudo por não seguir a vontade de Deus.

A mãe de Deus não presumiu que alguém que morasse perto de Isabel a estaria ajudando. Ela não pensou: “Ela mora nas montanhas. Não se pode esperar que eu vá até lá.”

Maria não disse: “Acabo de receber uma grande tarefa, ser a mãe do santo filho de Deus. Eu não deveria me arriscar em servir a alguém com uma vocação inferior. ”

Ela não decidiu simplesmente orar por Isabel ou enviar-lhe uma carta. Ao contrário: no episódio da Visitação, Maria “foi com pressa” até ela, apesar de todos os obstáculos. 

Além disso, Maria não atendeu apenas às necessidades da prima. Ela a ensinou sobre o poder de Deus e rezou com ela a grande oração chamada Magnificat.

Imagine como a cultura mudaria se cada um de nós fizesse o que Maria fez.

Imagine, então, o que aconteceria se cada um de nós seguisse o que São Paulo aconselha em uma das leituras da Festa da Visitação: 

“Sede zelosos e diligentes, fervorosos de espírito, servindo sempre ao Senhor, alegres por causa da esperança, fortes nas tribulações, perseverantes na oração. Socorrei os santos em suas necessidades, persisti na prática da hospitalidade. Abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram, chorai com os que choram. Mantende um bom entendimento uns com os outros; não vos deixeis levar pelo gosto de grandeza, mas acomodai-vos às coisas humildes”. (Rm 12,9-16b)

Enfim, se cada um de nós visitasse apenas um católico em crise de fé e se comprometesse a compartilhar suas alegrias e tristezas, atendendo às suas necessidades, respondendo às suas perguntas e orando com ele, sabemos o que aconteceria: a crise de fé acabaria e a cultura seria transformada.

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