Freira assassinada em ritual satânico na Itália será beatificada neste domingo, dia 6 de junho, data em que se completam 21 anos do seu martírio decorrente de ódio contra a fé ("in odium fidei").
Trata-se da irmã Maria Laura Mainetti, vítima de três jovens mulheres de 16 a 17 anos que pretendiam oferecer uma religiosa ao diabo.
O Papa Francisco reconheceu oficialmente, em junho passado, o martírio da irmã Maria Laura. Com isto, a Congregação para as Causas dos Santos foi autorizada a dar andamento ao seu processo de beatificação.
A cerimônia, neste dia 6, será celebrada em Chiavenna, diocese de Como, pelo cardeal Marcello Semeraro, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, com a concelebração do bispo local, dom Oscar Cantoni, e de outros bispos e sacerdotes. Estas informações foram confirmadas pelo Donne Chiesa Mondo, suplemento mensal do jornal vaticano L'Osservatore Romano destinado ao público feminino.
A religiosa italiana foi assassinada com 19 facadas na noite de 6 para 7 de junho de 2000, no norte da Itália, por três criminosas menores de idade que premeditaram e executaram o ato aberrante e abominável como parte de um rito satânico.
A irmã Maria Laura era superiora das Filhas da Cruz no Instituto Maria Imaculada de Chiavenna, Itália, dedicado ao auxílio de jovens em dificuldades sociais.
Seu nome de batismo era Teresina Mainetti, nascida em 1939 e décima filha do casal católico Stefano Mainetti e Marcellina Gusmeroli, da região italiana da Lombardia. Ela entrou na congregação das Filhas da Cruz em agosto de 1957, aos 18 anos. Dois anos depois, emitiu seus votos religiosos, adotou o nome religioso de irmã Maria Laura e começou a trabalhar como educadora em diversas escolas da congregação. Foi nomeada superiora de sua comunidade em 1987.
A irmã perseverou na vocação durante 43 anos, transcorridos entre o dia da sua entrada na congregação e a noite em que entregou a vida a Deus enquanto as suas assassinas se iludiam acreditando entregá-la ao diabo.
Em 6 de junho do ano 2000, a irmã foi assassinada em um ritual satânico perpetrado por três jovens mulheres que a enganaram simulando um pedido de socorro.
Pouco antes do brutal e covarde assassinato, a religiosa italiana recebeu uma ligação de uma das jovens, que dizia estar grávida e necessitada de auxílio. Embora passasse das 10 horas da noite, a irmã Maria Laura resolveu encontrá-la por causa da aparente urgência do caso, que demandava resposta imediata. Quando chegou ao parque no qual estava marcado o encontro, a irmã foi golpeada na cabeça e, em seguida, fragilizada e sem conseguir defender-se, foi morta a punhaladas por Milena De Giambattista (16 anos), Ambra Gianasso (17) e Veronica Pietrobelli (17). As três criminosas menores de idade perpetraram esse crime brutal, conforme a sua própria confissão, em tributo ao diabo.
As assassinas relataram que, enquanto sacrificavam a religiosa, ouviam músicas de Marilyn Manson. O ritual, porém, não saiu como elas pretendiam, já que deram 19 facadas na irmã Maria Laura, uma além das 18 que pretendiam desferir. O número tinha sido definido porque cada uma das assassinas daria 6 punhaladas, configurando juntas, assim, o símbolo 666, ao qual é associado o demônio no livro do Apocalipse.
Sobre o motivo do crime que chocou a Itália profundamente, as criminosas contaram que tinham feito um pacto de sangue entre si e com o diabo e que, em decorrência, sacrificariam a ele o pe. Ambrogio Balatti, sacerdote local. Devido à força física do padre, que provavelmente resistiria ao ataque, elas mudaram os planos e “escolheram” em seu lugar a irmã Maria Laura.
As adolescentes foram julgadas e presas, e, cumprida a pena, trocaram de identidade. Não se tem informação pública sobre a sua atual localização.
Na época dos fatos, a mídia italiana divulgou um testemunho das jovens criminosas no qual declaravam que a irmã Maria Laura chegou a se ajoelhar e a juntar as mãos em oração, enquanto era esfaqueada, para implorar a Deus que perdoasse as assassinas.
Na Santa Missa que foi celebrada pelos 20 anos do assassinato da religiosa, dom Oscar Cantoni, bispo de Como, recordou: