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Qual é a identidade de um católico?

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Padre Reginaldo Manzotti - publicado em 15/06/21
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A nossa identidade como católicos não foi tirada do nada; ela é bíblica

Qual é a identidade de um católico? Em nossa vida civil o que nos identifica como cidadãos é a nossa Carteira de Identidade, popularmente conhecida como RG. Onde quer que vamos é o primeiro documento solicitado (ou o CPF). E como católicos qual é a nossa identidade?

Alguns podem pensar que é a devoção à Nossa Senhora, mas não, isso é consequência. Nossa identidade de católicos é a Santíssima Trindade. Nenhum católico começa uma oração, uma espiritualidade, uma adoração, a Santa Missa, sem invocar a Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo, fazendo o sinal da Cruz.

Não entendo como alguém pode negar a existência da Santíssima Trindade, se Jesus foi muito claro: “Portanto, vão e façam com que todos os povos se tornem meus discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que ordenei a vocês. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (Mateus 28,19-20).

Pois bem, é bíblico! Tanto que em nosso Batismo, seja por imersão, como era antigamente ou como nós fazemos, hoje, por ablução, que consiste em derramar um pouco de água sobre a cabeça da criança ou do catequizando candidato ao Batismo. E o fazemos não em nome só de Jesus ou só do Espírito Santo. Um Batismo assim não seria válido. Batizamos seguindo o que nos pede Jesus: “Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.

Logo, nossa identidade como católicos não foi tirada do nada. Porém, não é fácil compreender o mistério da Santíssima Trindade. Conta-se que Santo Agostinho andava em uma praia meditando sobre o mistério da Santíssima Trindade: um Deus em três pessoas distintas… Enquanto caminhava, observou um menino que portava uma pequena tigela com água. A criança ia até o mar, trazia a água e derramava dentro de um pequeno buraco que havia feito. Após ver repetidas vezes o menino fazer a mesma coisa, resolveu interrogá-lo sobre o que pretendia. O menino, olhando-o, respondeu com simplicidade: –“estou querendo colocar a água do mar neste buraco”. Santo Agostinho sorriu e respondeu-lhe: – “mas você não percebe que é impossível?”

Então, novamente olhando para Santo Agostinho, o menino respondeu-lhe: – “ora, é mais fácil a água do mar caber nesse pequeno buraco do que o mistério da Santíssima Trindade ser entendido por um homem! Quem fita o sol, deslumbra-se, mas quem persiste em fitá-lo nada mais enxerga; assim sucede com os mistérios da fé: quem pretende compreendê-los deslumbra-se e quem se obstina em perscrutá-los perder-se-á completamente”. E a criança, que era um anjo, desapareceu...

Verdade ou não, esta história nos leva a refletir que podemos conhecer o mistério que é Deus uno e trino, mas jamais compreenderemos a profundidade deste mistério em sua totalidade, mas isso não deve ser um empecilho para celebrar a Santíssima Trindade, o Pai Criador, o Filho Redentor e o Espírito santificador.

Nós somos convidados a clamar: “Pai, eu fui criado, e recriado pela graça da redenção do Teu Filho. Eu creio nisso, mas preciso mais, então dai-me o Teu Espírito Santificador. Dá-me o Teu Espírito consolador, que vem em auxílio das minhas fraquezas. Aquele que vem me defender do mal. Aquele que vem afugentar o Inimigo. Vem Espírito Santo, vem com Seu poder”.

Termino dizendo que negar a doutrina da Santíssima Trindade é rejeitar todo plano de Deus para nossa redenção e salvação.

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