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Novo “ministro do clero” da Santa Sé quer viabilizar viagem do Papa à Coreia do Norte

Coreia do Norte

Robsonphoto | Shutterstock

Francisco Vêneto - publicado em 17/06/21

Dom Lazzaro You Heung-sik é o primeiro sul-coreano a dirigir a Congregação para o Clero, um dos dicastérios mais importantes da Santa Sé

O novo “ministro do clero” da Santa Sé quer viabilizar a muito sonhada viagem do Papa à Coreia do Norte: dom Lazzaro You Heung-sik foi recentemente nomeado prefeito da Congregação para o Clero, o dicastério vaticano que equivale, grosso modo, a um “ministério” voltado às questões relacionadas com as centenas de milhares de sacerdotes católicos espalhados pelo planeta.

Dom Lazzaro, de 69 anos, é o arcebispo emérito de Daejeon, na Coreia do Sul, e o primeiro do país a chefiar um dos dicastérios mais importantes da Santa Sé. Seu mandato de 5 anos como prefeito da Congregação para o Clero começará em agosto e, nas palavras do próprio bispo coreano, terá o especial compromisso de encorajar os padres católicos a aprimorarem cada vez mais o espírito de fraternidade no relacionamento com todas as pessoas, “independentemente da sua etnia ou religião”.

Além disso, dom Lazzaro se manifestou particularmente engajado em viabilizar um dos mais desejados projetos do Papa Francisco: visitar a hermética Coreia do Norte, que, ao lado do Turcomenistão, é hoje o regime mais autoritário e fechado do planeta.

Em declarações à agência coreana Yonhap News, o bispo afirmou:

“O Papa disse que quer ir à Coreia do Norte. Se eu receber um papel na organização da sua visita à Coreia do Norte, farei todo o possível para cumprir esta missão”.

Quando ainda era bispo de Daejeon, dom Lazzaro esteve diretamente envolvido na realização da viagem pontifícia à Coreia do Sul em 2014.

Viagem do Papa à Coreia do Norte: missão impossível?

Francisco manifestou várias vezes o desejo de visitar a Coreia do Norte.

Em 2018, por exemplo, o presidente sul-coreano Moon Jae-in foi recebido no Vaticano e transmitiu ao Papa um convite verbal do ditador norte-coreano Kim Jong-un. Na época, havia um aquecimento das relações diplomáticas entre as duas Coreias e entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos, com muitas conversações desenvolvendo-se positivamente. O Papa se disse disposto a visitar o país caso recebesse um convite oficial.

Entretanto, o andamento das negociações entre Seul, Pyongyang e Washington foi esfriando até ficar paralisado, por causa das idas e vindas do ditador Kim Jong-un no tocante aos testes com armamento nuclear.

No presente, as reais possibilidades de uma viagem do Papa Francisco à Coreia do Norte são bastante remotas, apesar do manifesto desejo do pontífice de visitar o país mais fechado do planeta. As variáveis envolvidas, desde os fatores diplomáticos até a segurança pessoal do Papa, tornaram-se ainda mais nebulosas.

Ainda assim, nada pode ser descartado de modo categórico: as possibilidades reais de uma visita apostólica ao Iraque também pareciam muito distantes até recentemente, mas a primeira viagem de um Papa a esse sofrido país do Oriente Médio acabou se concretizando, para espanto do mundo, em março deste ano.

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IdeologiaPapa FranciscoPerseguiçãoVaticanoViagem
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