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O bispo alemão que morreu de tanto beber vinho “bom”

WINE

Shutterstock | grafvision

Maria Paola Daud - publicado em 25/06/21

Aconteceu na Itália. E, como lembrança, a cada aniversário de sua morte, um barril de vinho é derramado sobre o seu túmulo

Um dos melhores vinhos brancos da Itália encontra-se em Montefiascone, e sua história está envolta em uma lenda muito pitoresca. O protagonista é um bispo alemão.

A lenda

O ano era 1111. Henrique V, da Francônia, decidiu comparecer perante o Papa Pascoal II para obter o título de Imperador do Sacro Império Romano.

Claro, ele não viajou sozinho. Estava acompanhado pelo Bispo Johannes Defuk, um grande amante do vinho, que por sua vez estava acompanhado por seu fiel copeiro.

O copeiro o precedia, visitando as hospedarias em busca do melhor vinho para seu “patrão”. Cada vez que provava um vinho e o considerava “bom”, escrevia a palavra “Est” ao lado da porta da pousada.

Assim que chegou à cidade de Montefiascone, ficou em êxtase com o sabor do bom vinho que se produzia na região. Só pode, então, apontá-lo não com um “est” mas com três “est” e assinalar com exclamações: “Est!, Est !!, Est !!!”

As qualidades deste vinho foram, sem dúvida, aprovadas pelo próprio Defuk que, terminada a missão, decidiu regressar a Montefiascone, onde permaneceu o resto da vida a gozar o bom vinho até à sua morte.

Morreu por beber vinho bom

E foi do excesso deste bom vinho que o bispo morreu. Dois anos depois, ele foi, de fato, acometido por uma doença ligada ao consumo excessivo de álcool.

É por isso que seu túmulo está na bela igreja medieval de San Flaviano, em Montefiascone.

Depois de seu enterro, uma placa, que parece ter sido escrita por seu servo, lembra: “Por muito EST! Aqui meu senhor Johannes Defuk jaz morto ”.

O bispo, em agradecimento pela hospitalidade do querido povo de Montefiascone, e como último acto de homenagem ao seu vinho Est!, Est !!, Est !!!, deixou aos cidadãos de Montefiascone uma herança de 24.000 escudos.

E os cidadãos, em cada aniversário da sua morte, despejam sobre a sepultura um barril de vinho, tradição que se repete desde o século XVIII até aos dias de hoje.

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