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Papa: a maior doença da vida é a falta de amor

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HO | OSSERVATORE ROMANO | AFP

Reportagem local - publicado em 28/06/21

"Deus ama a todos! Não julgueis, deixai que os outros vivam e procurai aproximar-vos deles com amor"

O Papa Francisco afirmou nesse domingo que a maior doença da vida é a falta de amor e não conseguir amar.

No Angelus com os peregrinos na Praça de São Pedro, o Papa comentou o Evangelho do dia (cf. Mc 5, 21-43), em “Jesus depara-se com as nossas duas situações mais dramáticas, a morte e a doença”.

Delas liberta duas pessoas: uma menina, que morre precisamente quando o pai foi pedir ajuda a Jesus; e uma mulher, que tinha fluxo de sangue há muitos anos. Jesus deixa-se tocar pela nossa dor e pela nossa morte, e faz dois sinais de cura para nos dizer que nem a dor nem a morte têm a última palavra. Diz-nos que a morte não é o fim. Ele derrota este inimigo, do qual não nos podemos libertar sozinhos.

Contudo – prosseguiu o Papa –, “neste momento em que a doença ainda está no centro das notícias, concentremo-nos no outro sinal, a cura da mulher”.

Mais do que a sua saúde, eram os seus afetos que estavam comprometidos. Por quê? Tinha fluxo de sangue e por isso, segundo a mentalidade daquela época, era considerada impura. Era uma mulher marginalizada, não podia ter relações estáveis, não podia ter um marido, não podia ter uma família e não podia ter relacionamentos sociais normais, pois era “impura”, sofria de uma doença que a tornava “impura”. Vivia sozinha, com o coração ferido. Qual é a maior doença da vida? O tumor? A tuberculose? A pandemia? Não! A maior doença da vida é a falta de amor, é não conseguir amar. Aquela pobre mulher estava doente, sim, tinha fluxo de sangue, mas, por conseguinte, sofria de carência de amor, pois não podia estar socialmente com os outros. E a cura mais importante é a dos afetos. Mas como encontrá-la? Podemos pensar nos nossos afetos: estão doentes ou são saudáveis? Estão doentes? Jesus é capaz de os curar!

Cura

A história desta mulher sem nome – chamemos-lhe assim, “a mulher sem nome” – na qual todos nos podemos ver, é exemplar, explicou o Papa.

O texto diz que ela tinha feito muitos tratamentos, «gastando tudo o que possuía, sem achar alívio algum; pelo contrário, piorava cada vez mais» (v. 26). Também nós, quantas vezes procuramos remédios errados para saciar a nossa carência de amor? Pensamos que é o sucesso e o dinheiro que nos fazem felizes, mas o amor não se compra, é gratuito. Refugiamo-nos no virtual, mas o amor é concreto. Não nos aceitamos como somos e escondemo-nos por detrás dos truques da exterioridade, mas o amor não é aparência. Procuramos soluções de magos, curandeiros, para depois nos encontrarmos sem dinheiro e sem paz, como aquela mulher. No final ela escolhe Jesus e mistura-se com a multidão para tocar o manto, o manto de Jesus. Ou seja, aquela mulher procura o contacto direto, o contacto físico com Jesus. Especialmente nesta época, compreendemos como são importantes o contacto, as relações. O mesmo é válido para Jesus: às vezes contentamo-nos com a observação de alguns preceitos e com a repetição de orações – muitas vezes como os papagaios – mas o Senhor espera que o encontremos, que lhe abramos o coração, que toquemos o seu manto, como a mulher, para sermos curados. Pois, entrando em intimidade com Jesus, somos curados nos nossos afetos.

É isto que Jesus quer – disse o Papa. “Com efeito, lemos que, apesar de ser comprimido pela multidão, olhou ao seu redor para procurar quem o tinha tocado”.

Os discípulos disseram: “Mas olha para a multidão que te comprime…”. Não: “Quem me tocou?”. É o olhar de Jesus: há muitas pessoas, mas Ele vai em busca de um rosto e de um coração cheio de fé. Jesus não olha para o conjunto, como nós, mas olha para a pessoa. Não se detém diante das feridas e dos erros do passado, mas vai além dos pecados e dos preconceitos. Todos nós temos uma história, e cada um de nós, secretamente, conhece bem as coisas más da própria história. Mas Jesus olha para elas a fim de as curar. Ao contrário, gostamos de olhar para as coisas más dos outros. Quantas vezes, quando falamos, caímos em tagarelices, o que significa falar mal dos outros, “esfolar” os outros. Mas olha: que horizonte de vida é este? Não como Jesus, que olha sempre para o modo de nos salvar, olha para o hoje, para a boa vontade e não para a nossa má história. Jesus vai além dos pecados. Jesus vai além dos preconceitos, não se detém nas aparências, Jesus chega ao coração. E cura precisamente ela, que era rejeitada por todos, uma impura. Chama-lhe com ternura «filha» (v. 34) – o estilo de Jesus era a proximidade, a compaixão e a ternura: “Filha…” – e elogia a sua fé, restituindo-lhe a sua autoconfiança.

Deixe que Jesus cure você

Irmã, irmão – afirmou o Papa –, estás aqui, deixa que Jesus olhe para ti e cure o teu coração.

Também eu o devo fazer: deixar que Jesus olhe para o meu coração e que o cure. E se já experimentaste o seu olhar de ternura sobre ti, imita-o, e faz como Ele. Olha à tua volta: verás que muitas pessoas que vivem perto de ti se sentem feridas e sozinhas, precisam de se sentir amadas: dá o passo. Jesus pede-te que não olhes só para a exterioridade, mas que vás ao coração; um olhar que não julgue – deixemos de julgar os outros – Jesus pede-nos um olhar que não julgue, mas que acolha. Abramos o nosso coração para acolher os outros. Pois só o amor cura a vida, só o amor cura a vida! Que Nossa Senhora, Consoladora dos aflitos, nos ajude a levar uma carícia aos feridos no coração que encontramos no nosso caminho. E não julguemos, não julguemos a realidade pessoal, social, dos outros. Deus ama a todos! Não julgueis, deixai que os outros vivam e procurai aproximar-vos deles com amor.

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