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Incêndios suspeitos em igrejas no oeste do Canadá

BUILDING FIRE

Jackan | Shutterstock

John Burger - publicado em 30/06/21

As investigações continuam; os incidentes podem estar relacionados à descoberta de túmulos não marcados em antigas escolas indígenas

Uma igreja católica na Província de Alberta parece ser o mais recente de uma série de ataques a igrejas no oeste do Canadá. A polícia local disse que está investigando o incêndio, possivelmente criminoso, no templo que fica na terra do povo indígena Siksika.

Em New Hazelton, no noroeste da Colúmbia Britânica, um incêndio foi relatado no início da manhã de sábado, na terra indígena de Gitwangak. Era uma igreja anglicana abandonada, e o fogo foi rapidamente extinto com danos mínimos e sem ferimentos, informou o National Post. Uma investigação está em andamento.

No sul da Colúmbia Britânica, quatro igrejas católicas — duas perto de Osoyoos e Oliver, uma em Hedley e outra em Chopaka — foram destruídas por chamas entre 21 e 26 de junho.

Igrejas católicas em Saskatoon e Edmonton também foram vandalizadas com tinta vermelha na semana passada.

Os incêndios e o vandalismos vêm na esteira das descobertas do que se acredita serem os restos mortais de crianças indígenas em túmulos não marcados em antigas escolas residenciais em Kamloops, B.C., e no sudeste de Saskatchewan.

Muitas das escolas residenciais, em um sistema criado pelo governo canadense, eram administradas por ordens religiosas católicas. Líderes de povos nativos no Canadá dizem que as escolas foram usadas para catequizar à força povos indígenas. Alguns dizem que as crianças foram forçadas a se converter ao cristianismo e deixar para trás sua língua e cultura nativas. Houve apelos, inclusive do primeiro-ministro Justin Trudeau, para que o Papa Francisco fizesse um pedido formal de desculpas.

Na sexta-feira, o Catholic Missionary Oblates of Mary Immaculate, que operava 48 escolas residenciais, incluindo as duas antigas escolas onde túmulos não marcados de crianças indígenas foram encontrados, disse que divulgaria todos os documentos em sua posse, informou o Guardian.

Na terça-feira, a Conferência Canadense dos Bispos Católicos anunciou que uma delegação de povos indígenas visitará o Papa Francisco em Roma de 17 a 20 de dezembro para “promover encontros significativos de diálogo e cura”.

“O Papa Francisco está profundamente comprometido em ouvir diretamente os povos indígenas, expressando sua sincera proximidade, abordando o impacto da colonização e o papel da Igreja no sistema escolar residencial, na esperança de responder ao sofrimento dos povos indígenas e aos efeitos contínuos do trauma intergeracional, disse um comunicado da Conferência.

“Os Bispos do Canadá apreciam profundamente o espírito de abertura do Santo Padre ao estender generosamente um convite para encontros pessoais com cada um dos três grupos distintos de delegados – First Nations, Métis e Inuit – bem como uma audiência final com todos os delegados juntos em 20 de dezembro de 2021.”

A delegação incluirá alguns idosos e pessoas que frequentaram escolas residenciais, além de jovens de todo o país, acompanhados por um pequeno grupo de bispos e líderes indígenas.

Tags:
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