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A cruz e a luz da solidão sacerdotal, destacadas por um padre brasileiro

Padre celebra Missa

Thoom | Shutterstock

Reportagem local - publicado em 08/07/21

"O sacerdote, pelo seu celibato, é homem solitário: mas não é solidão vazia, porque está plena de Deus"

A cruz e a luz da solidão sacerdotal foram destacadas pelo padre brasileiro Allan Victor Almeida Marandola em sua rede social.

O sacerdote, da diocese de Umuarama, PR, compartilhou um extrato da carta encíclica Sacerdotalis Cælibatus (números 58-59), do Papa São Paulo VI, o que é particularmente merecedor de nota porque exemplifica o esforço de muitos padres, religiosos e leigos católicos para colocar os fiéis em contato direto com a doutrina da Igreja sobre assuntos que costumam chegar ao público tergiversados por interpretações e narrativas de “intermediários” como a assim chamada “grande mídia”, com seus “comentaristas” que nem sempre estão mais dispostos a expor a real posição da Igreja do que a sua própria.

Eis o que o pe. Allan Victor compartilhou a propósito da “solidão sacerdotal”:

“É certo: o sacerdote, pelo seu celibato, é homem solitário. Mas não é solidão vazia, porque está plena de Deus e da superabundante riqueza do seu reino. Além disso, ele preparou-se para esta solidão, que deve ser plenitude interior e exterior de caridade, escolheu-a conscientemente e não por orgulho de ser diferente dos outros, não para subtrair-se às responsabilidades comuns, não para estremar-se dos irmãos ou por desestima do mundo. Segregado do mundo, o sacerdote não está separado do Povo de Deus, porque foi constituído em favor dos homens (Hb 5,1), consagrado totalmente ao serviço da caridade (cf. 1 Cor 14,4ss) e à obra para que o Senhor o chamou”.

A cruz e a luz da solidão sacerdotal

O pe. Allan comenta então que, daqui em diante, “segue-se um do mais belos parágrafos jamais escritos sobre a solidão sacerdotal”. E prossegue com o extrato da encíclica:

“Por vezes a solidão pesará dolorosamente sobre o sacerdote, mas nem por isso há de arrepender-se de tê-la generosamente escolhido. Também Cristo, nas horas mais trágicas da vida, ficou só, abandonado mesmo daqueles que tinha escolhido para testemunhas e companheiros e que Ele tinha amado até ao fim (Jo 13,1), mas declarou: ‘Eu não estou só, porque o Pai está comigo’ (Jo 16,32).

Quem escolheu ser todo de Cristo há de encontrar, antes de tudo, na intimidade com Ele e na sua graça, a força de ânimo necessária para dissipar a melancolia e para vencer os desânimos. Não lhe faltará a proteção da Virgem Mãe de Jesus e os maternos desvelos da Igreja a cujo serviço se consagrou. Poderá contar com a solicitude do seu pai em Cristo, o Bispo, com a fraternidade íntima dos irmãos no sacerdócio e com o conforto de todo o Povo de Deus. E se a hostilidade, a desconfiança, a indiferença dos homens lhe tornarem por vezes demasiado amarga a solidão, há de saber compartilhar com dramática evidência a mesma sorte de Cristo, como o apóstolo que não é maior do que Aquele que o enviou (cf. Jo 13,16;15,18), como o amigo que foi admitido aos segredos mais dolentes e mais gloriosos do divino Amigo que o escolheu para produzir, num viver aparentemente de morte, frutos misteriosos de vida”.

(Papa São Paulo VI, carta encíclica Sacerdotalis Cælibatus, n. 58-59)

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