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Dom Fernando Arêas Rifan cita 2 inimigos da Missa tridentina ou “antiga”

Missa Tridentina

Marko Vombergar | ALETEIA

Francisco Vêneto - publicado em 20/07/21

"A Missa antiga não está abolida": as novas normas querem evitar "confusões e divisões na Igreja"

Dom Fernando Arêas Rifan citou dois inimigos da Missa Tridentina ou “antiga”: nas palavras do bispo, esses inimigos são tanto os “chamados progressistas” que “não aceitam a doutrina do Concílio de Trento sobre o santo sacrifício da Missa” quanto os “chamados tradicionalistas” que se comportam de modo radical, “criando confusão na Igreja” porque “usam a Missa para criticar o Concílio, o bispo local e a Igreja toda”.

O bispo da Administração Apostólica São João Maria Vianney se manifestou a respeito do recente motu proprio “Traditionis custodes“, por meio do qual o Papa Francisco determinou novas regras quanto à celebração da Missa conhecida como tridentina, também chamada de “Missa tradicional” por ser anterior às reformas introduzidas pelo Concílio Vaticano II.

Conforme dom Rifan, as novas regras não afetam a Administração Apostólica, autorizada a celebrar a Missa tridentina desde que foi criada pelo Papa São João Paulo II em janeiro de 2002. Em vídeo, o bispo relata ainda como a permissão foi estendida a toda a Igreja pelo Papa Bento XVI em 2007:

“No ano 2007, ele escreveu aquele motu proprio ‘Summorum pontificum‘, permitindo a Missa [tridentina] para o mundo todo: qualquer pároco podia celebrar sem falar com o bispo nem nada. Em muitos lugares foi ótimos, mas em nem todos foi bem”.

Dom Rifan explica que a Santa Sé lhe pediu que compartilhasse o seu depoimento sobre como a Missa tradicional estava sendo celebrada com bons frutos em sua Administração, enquanto, em outras dioceses, havia relatos de casos problemáticos ligados principalmente a divisões internas.

Inimigos da Missa tridentina ou “antiga”

O bispo continua relatando o que disse à Santa Sé:

“Eu fiz a seguinte consideração: a Missa tradicional aqui não tem problema nenhum, mas a Missa na forma antiga tem dois inimigos. Os chamados progressistas, que não aceitam a doutrina do Concílio de Trento sobre o santo sacrifício da Missa e, como a Missa na forma antiga ressalta bem essa doutrina, esses progressistas [a] detestam, não suportam. Os outros inimigos são os chamados tradicionalistas, que são radicais, cabeçudos, brigões, que acabam criando confusão na Igreja porque usam a Missa para criticar o Concílio, criticar o bispo local, criticar a Igreja toda. Isso também prejudica a Missa tradicional, porque acabam instrumentalizando a Missa para criar problemas na Igreja”.

O prelado ainda relatou uma conversa que teve em Roma com o Papa Francisco a respeito da assim chamada “Missa antiga”. Francisco disse ao bispo que era contra “a instrumentalização da Missa na forma antiga para atacar a Igreja, o Papa e o Concílio”, no que foi seguido pelo próprio dom Rifan, que respondeu:

“E eu também (…) Nós temos a Missa na forma antiga como uma das riquezas, como a nossa profissão de fé nos dogmas eucarísticos, mas não para combater o Papa, o Concílio ou o que for”.

Francisco concordou:

“Sendo assim, é uma riqueza para a Igreja”.

Mas esta opinião, prossegue dom Rifan, “infelizmente não é majoritária”, razão pela qual vários bispos italianos pediram que o Papa reformasse a “Summorum pontificum” a fim de impedir o aprofundamento de divisões. As novas normas, por isso, voltaram a exigir que os sacerdotes solicitem autorização do bispo para celebrar no rito tridentino.

A este propósito, dom Fernando Arêas Rifan destaca:

“A Missa antiga não está abolida. Os bispos é que vão conceder aos padres para poderem celebrá-la”.

É uma determinação, em suma, que visa “evitar confusões e divisões na Igreja”.

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LiturgiaMissaPapa Francisco
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