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Brasil: pesquisa mapeou experiência dos seminaristas durante a pandemia

Seminaristas

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Francisco Vêneto - publicado em 21/07/21

Dois terços voltaram para a casa dos pais no período; um terço teve dificuldades para manter rotina de orações

Uma inédita pesquisa feita com dois mil aspirantes ao sacerdócio de todo o Brasil mapeou a experiência vivida pelos seminaristas durante a pandemia no país.

Realizada pelo pe. Douglas Alves Fontes, reitor do Seminário São José, de Niterói, e pela psicóloga Luciana Campos, a pesquisa se propôs descobrir como as restrições impostas pela covid-19 afetaram a formação sacerdotal em território nacional.

Entre os pontos positivos registrados pelo levantamento, este período tem proporcionado aos seminaristas um maior autoconhecimento e mais profundidade no discernimento da própria vocação.

Por outro lado, a experiência dos seminaristas de enfrentar desafios incluiu em primeiro lugar a complexidade de interferências na rotina de orações, no caso de 32,5% dos respondentes; as restrições para as relações sociais (22,1%); o aumento das tentações contra a castidade (11,1%); a falta de direção espiritual (10,5%) e as dificuldades para assistir à transmissão da Missa on-line (7%).

O desafio mais citado pelos seminaristas que tiveram de voltar para a casa da família, no entanto, foi justamente a incidência de conflitos familiares: 42,6% deles viveram dificuldades desse tipo. De fato, a pandemia levou a maioria dos seminaristas (62,2%) a voltarem para a casa dos pais ou familiares, com apenas 25,6% conseguindo permanecer o tempo todo nos seminários. Outra parcela ficou alojada em casas paroquiais ou em conventos, enquanto a minoria se alternou entre a casa da família e o seminário.

Seminaristas durante a pandemia

Mais de um terço dos seminaristas (67,2%) relataram ter repensado a própria vocação durante a pandemia. Este número, aliás, é praticamente o mesmo dos que não puderam manter um acompanhamento espiritual periódico nem sequer na modalidade on-line ao longo destes meses (69,2%). Embora somente 30,8% tenham conseguido manter esse acompanhamento, 89% afirmaram ter sido contatados pelos seus formadores durante este período.

Os autores da pesquisa consideram que a pandemia exigiu de todos os seminaristas uma experiência mais exigente de maturidade humana e espiritual, o que deverá refletir-se em sacerdotes mais bem preparados, com “satisfatório conhecimento das próprias fraquezas”, por um lado, mas também com maior “capacidade de autodeterminação e de uma vivência responsável”.

A quantidade de respondentes superou as expectativas dos pesquisadores: os dois mil seminaristas participantes, de todo o Brasil, deram retorno às perguntas em pouco mais de duas semanas. Luciana Campos detalha que a maior parte dos respondentes está se formando para o clero diocesano (92,1%). Quanto às regiões geográficas, a maioria é do Sudeste (38,9%), seguindo-se o Nordeste (30,2%), o Sul(15,9%) e o Centro-Oeste (8%).

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