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Uma mensagem aos que estão desanimados com o trabalho

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Aliénor Strentz - publicado em 21/07/21

Aprenda a ver seu trabalho, por mais descontente que você esteja com ele, como uma oportunidade de servir e amar ao próximo

Você deve conhecer a famosa história dos três pedreiros. Um transeunte pergunta o que eles estão fazendo. O primeiro, com ar sombrio e cansado, responde: “Estou cavando e cortando pedras”. O segundo, que faz o mesmo trabalho mas com um pouco mais de energia, explica: “Eu faço isso para viver”. O terceiro esculpe sua pedra com as mesmas ferramentas e a mesma técnica de seus colegas. No entanto, ele está radiante e responde com um sorriso brilhante: “Estou construindo uma catedral”.  

Se você tem uma atividade profissional precária ou um trabalho para o qual tem pouca inclinação, é possível que se reconheça nos dois primeiros pedreiros… Um personagem da Bíblia, Moisés, pode lhe dar um bálsamo no coração. 

Moisés: da corte do Faraó ao deserto

Após ser abandonado pela mãe hebreia e adotado pela filha de Faraó, Moisés passou sua infância na corte de Faraó. Ele recebeu uma excelente educação. Estudou matemática, astronomia, química e hieróglifos. Foi uma “personalidade” cujo destino na classe dominante egípcia parecia todo traçado. 

No entanto, ele não conseguiu esquecer suas origens, nem a condição miserável de seu povo escravizado pelos egípcios. Um dia, ele pegou um capataz egípcio batendo em um escravo hebreu. Ele o matou e esconde seu corpo na areia. 

Quando ele percebeu que seu assassinato foi descoberto, fugiu para o deserto. Pelos próximos quarenta anos, ele cuidou dos rebanhos. Seu casamento com Zípora sela seu destino como pastor. 

Assim, ele passa do luxo e da fama à pobreza e humilhação. Na época, de fato, os pastores passavam por uma abominação aos olhos dos egípcios, de quem Moisés herdou a cultura. O que aprendeu em criança a odiar e desprezar agora é a sua ocupação diária, sem perspectivas de “mudança de carreira”!

Tentações 

Vamos pensar no nosso segundo pedreiro, aquele que trabalha para viver. Infelizmente, essa motivação por si só não é suficiente para satisfazer os desejos profundos do nosso coração. 

A partir daí, o coração tende a se fechar, a endurecer e a experimentar todos os tipoa de sentimentos que o afastam de Deus e da paz interior: amargura, ressentimento, até raiva de Deus …

Se abrirmos nosso coração 

Se abrirmos nossos corações com confiança a Deus, aceitando que cada experiência pode ser uma oportunidade para seguir em frente em nosso caminho específico de santidade, então Deus pode usar um “pequeno trabalho” para continuar a nos educar e moldar.

Foi o que ele fez com Moisés, usando sua queda social para transformar seu coração e prepará-lo para conhecê-lo.

Deus enviou Moisés ao deserto para lhe ensinar o que o palácio de Faraó jamais poderia ter lhe ensinado. 

Além disso, sua educação na Corte foi muito útil para ele anos depois, quando aos 80 anos, Moisés, enviado por Deus, teve que interagir com o Faraó para obter a libertação do povo hebreu. Realiza-se, assim, como «pastor de Israel», tendo todas as suas experiências contribuído, de fato, para o cumprimento da sua vocação …

O que realmente importa para Deus

Embora sejamos cristãos, convertidos ao Amor de Cristo, muitas vezes continuamos a julgar de acordo com as aparências enganosas deste mundo. Se ouvirmos o “boato” de que o mundo despreza o trabalho dos operadores de caixa, garçons ou seguranças, também nós o desprezamos.

Entretanto, o que chama a atenção de Deus está a mil milhas de nosso julgamento humano. É o nosso universo interior e a nossa forma de amar no dia a dia que interessa a Ele.

Cristo na Última Ceia nos mostrou o amor que devemos ter uns pelos outros. Ao lavar os pés (dos seus discípulos), gesto feito por servos e escravos, deu-nos o exemplo do amor humilde, prefigurando o seu aniquilamento na Cruz. 

São Paulo, na Epístola aos Filipenses  2, 5-11 ), oferece-nos um resumo de teologia, convidando-nos a imitar a Cristo:

“Dedicai-vos mutuamente a estima que se deve em Cristo Jesus .Sendo ele de condição divina, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou-se a si mesmo, assumindo a condição de escravo e assemelhando-se aos homens. E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz. Por isso, Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos.E toda língua confesse, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é Senhor.”

Portanto, peçamos a Deus que ilumine os olhos de nossos corações para ver como Ele vê. Que possamos ver nosso trabalho, por mais desprezado que seja, como uma oportunidade de servir e amar nosso próximo. Que possamos espalhar em nosso caminho um cheiro, não de amargura e desespero, mas um bom cheiro de santidade e esperança. Assim seremos reconhecidos como verdadeiros “cristãos”.

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