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Como reconhecer um cristão? O próprio Cristo resume

Cristãos não seguem ideologia: seguem a Cristo

Francisco Vêneto - publicado em 26/07/21

Cristãos não seguem ideologia: seguem a Cristo. E o mandamento de Cristo é muito claro e objetivo

Como reconhecer um cristão? Quem melhor pode responder a esta pertinente pergunta é Aquele que “inventou” o cristianismo. E a resposta de Cristo é clara:

“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13, 35).

Para que não reste nenhuma dúvida, o mesmo criador do cristianismo ainda explicita:

“Ouvistes o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai que está no céu, pois ele faz nascer o sol sobre os maus como sobre os bons e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? Se saudais apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, assim como o vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 43-48)

Para reconhecer um cristão, basta seguir a regra de ouro do próprio Cristo. E, caso não tenha ficado claro o suficiente, Ele decreta e comanda:

“Dou-vos um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13, 34)

“Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros” (Jo 15, 17).

Esta é a única forma de ser cristão. Esta é a única forma de evangelizar. Esta é a única forma de “ajudar” a Deus a converter os corações pagãos.

Como reconhecer um cristão?

Tertuliano testemunha que os primeiros cristãos levavam essas palavras de Jesus tão a sério que os pagãos exclamavam, admirados:

“Vede como eles se amam!” (Apolog. 39)

Um relato estarrecido, escrito há mais de mil anos para um pagão chamado Diogneto, “desenha” o que fazia dos cristãos um povo tão capaz de mudar o mundo mediante a mudança do coração:

“Os cristãos não se distinguem dos outros homens nem por sua terra, nem por sua língua, nem por seus costumes. Eles não moram em cidades separadas, nem falam línguas estranhas, nem têm qualquer modo especial de viver. Sua doutrina não foi inventada por eles, nem se deve ao talento e à especulação de homens curiosos; eles não professam, como outros, nenhum ensinamento humano. Pelo contrário: mesmo vivendo em cidades gregas e bárbaras, conforme a sorte de cada um, e adaptando-se aos costumes de cada lugar quanto à roupa, ao alimento e a todo o resto, eles testemunham um modo de vida admirável e, sem dúvida, paradoxal.

Vivem na sua pátria, mas como se fossem forasteiros; participam de tudo como cristãos, e suportam tudo como estrangeiros. Toda pátria estrangeira é sua pátria, e cada pátria é para eles estrangeira. Casam-se como todos e geram filhos, mas não abandonam os recém-nascidos. Compartilham a mesa, mas não o leito; vivem na carne, mas não vivem segundo a carne; moram na terra, mas têm a sua cidadania no céu; obedecem às leis estabelecidas, mas, com a sua vida, superam todas as leis; amam a todos e são perseguidos por todos; são desconhecidos e, ainda assim, condenados; são assassinados, e, deste modo, recebem a vida; são pobres, mas enriquecem a muitos; carecem de tudo, mas têm abundância de tudo; são desprezados e, no desprezo, recebem a glória; são amaldiçoados, mas, depois, proclamados justos; são injuriados e, no entanto, bendizem; são maltratados e, apesar disso, prestam tributo; fazem o bem e são punidos como malfeitores; são condenados, mas se alegram como se recebessem a vida.

Os judeus os combatem como estrangeiros; os gregos os perseguem; e quem os odeia não sabe dizer o motivo desse ódio.

Assim como a alma está no corpo, assim os cristãos estão no mundo. A alma está espalhada por todas as partes do corpo; os cristãos, por todas as partes do mundo. A alma habita no corpo, mas não procede do corpo; os cristãos habitam no mundo, mas não pertencem ao mundo. A alma invisível está contida num corpo visível; os cristãos são visíveis no mundo, mas a sua religião é invisível. A carne odeia e combate a alma, mesmo não tendo recebido dela nenhuma ofensa, porque a alma a impede de gozar dos prazeres mundanos; embora não tenha recebido injustiça por parte dos cristãos, o mundo os odeia, porque eles se opõem aos seus prazeres desordenados. A alma ama a carne e os membros que a odeiam; os cristãos também amam aqueles que os odeiam. A alma está contida no corpo, mas é ela que sustenta o corpo; os cristãos estão no mundo, como numa prisão, mas são eles que sustentam o mundo. A alma imortal habita em uma tenda mortal; os cristãos também habitam, como estrangeiros, em moradas que se corrompem, esperando a incorruptibilidade nos céus.

Maltratada no comer e no beber, a alma se aprimora; também os cristãos, maltratados, se multiplicam mais a cada dia. Esta é a posição que Deus lhes determinou; e a eles não é lícito rejeitá-la” (Carta a Diogneto, parágrafos V e VI).

Como reconhecer um cristão? “Amai o próximo como a vós mesmos”. Inclusive: “amai os vossos inimigos. Fazei o bem aos que vos odeiam. Orai pelos que vos maltratam e perseguem”.

Foi o que São João Paulo II fez e testemunhou quando, por exemplo, foi ao presídio visitar e perdoar o terrorista que lhe tinha disparado dois tiros para matar:

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