A imagem diz tudo. Depois de vencer o chinês Angus Ka-Long, um dos melhores do mundo no badminton, Kevin Cordón desabou na quadra e comemorou seu desempenho nas Olimpíadas de Tóquio em grande estilo.
É que, com sua vitória, além de encher a Guatemala de orgulho, também aparece o sonho de uma medalha olímpica e a possibilidade de seguir avançando para as oitavas de final.
Por trás dessa imagem triunfal, há também uma história carregada de resiliência e sacrifício. A pandemia de coronavírus afetou diretamente a vida de Kevin Cordón, assim como a de milhares de atletas. Muitos tiveram que suspender os treinos.
Por exemplo: o centro esportivo da terra natal de Kevin, La Unión, Zacapa, teve que ser transformado em um centro de saúde para atender pacientes com coronavírus.
No entanto, essa situação não foi um obstáculo para o sonho do atleta olímpico. Ele correu para achar outro local, a fim de continuar os treinos. E encontrou nada mais nada menos que o salão paroquial de uma igreja (paróquia de São Francisco de Assis) da sua cidade.
“Um dia fui dar uma olhada no salão para ver como estavam a altura, a luz e o espaço. E tinha as mesmas medidas de uma quadra normal. Então liguei para o padre e expliquei que não podia perder o ritmo do jogo, pois não sabia quando começariam os torneios. Ele não me atrapalhou, apenas me disse para apoiá-los com a luz e tudo mais. Então falei com o prefeito e a polícia e eles me deram sinal verde ”, disse Kevin Cordón à ESPN Digital .
Segundo nota da mídia especializada em esportes, Kevin teve o apoio da própria Federação de Badminton para o condicionamento do espaço.
Foi assim que, graças à paróquia de São Francisco de Assis em Zacapa - além de outras pessoas que também ajudaram na parte física e no treino de força -, que Kevin conseguiu continuar o seu percurso desportivo. Uma equipe acolhedora não tão habitual, mas cheia de misericórdia e generosidade.
Enfim, um gesto que acabou proporcionando que a Guatemala, hoje, pudesse comemorar com Kevin Cordón nas Olimpíadas de Tóquio.
