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Por que ficamos cansados de conversar por vídeo?

CONFERENCING CALL,

Girts Ragelis | Shutterstock

Octavio Messias - publicado em 01/08/21

Já se fala em "fadiga do Zoom"; novo hábito vem causando estresse 

Com a pandemia de Covid-19, aplicativos como Skype, Facetime, Facebook Messenger, WhatsApp, Google Duo e especialmente o Zoom tornaram-se ferramentas essenciais do nosso dia a dia.

Com elas conseguimos nos manter produtivos mesmo sem sair de casa, fazemos reuniões de trabalho, conversamos com amigos e familiares enxergando o interlocutor, o que faz uma grande diferença. Mas há também contraindicações ao uso excessivo de tais dispositivos. 

Afinal, além das facilidades, há também as dificuldades de conexão, os travamentos dos aplicativos, os problemas com áudio etc. E como estamos usando chamadas de vídeo como nunca, esse tipo de inconveniente tende a um efeito acumulativo. 

Atenção plena

Geralmente, quando conversamos com alguém ou fazemos uma reunião pessoalmente, ou até mesmo por telefone, o interlocutor não exige toda a nossa atenção. É possível olhar o movimento, ou ao menos o entorno, refletir sobre aquilo que está sendo falado, e a conversa atinge um tom natural. 

Já em uma chamada por vídeo, além de você ter de ficar olhando ininterruptamente para a tela, às vezes com mais de uma dúzia de participantes, fica mais difícil ficar à vontade, em um tom de voz natural, e se fazer entender. Sem contar as preocupações adicionais como postura, aparência, iluminação etc. 

Também fica mais difícil notar e interpretar expressões faciais e linguagem corporal, o que requer ainda mais atenção. Todos esses são fatores que adicionam tensão ao ato de se comunicar, e consomem mais de nossa energia do que costumamos imaginar. É como se houvesse um distanciamento entre corpo e mente, pois os dois deixam de agir de maneira integrada e espontânea durante uma conversa.

Palco

Uma pesquisa realizada na Alemanha em 2014, à qual a rede BBC recentemente teve acesso, mostra que, com delays de 1,2 segundos na conexão, já tendemos a perceber o interlocutor como menos amigável. Outro desafio apontado são os momentos de silêncio. Comuns em nossas interações cotidianas, eles tendem a dar um ritmo espontâneo à conversa, mas costumam ser constrangedores em vídeo chamadas. 

A reportagem ainda diz que, por vermos a nossa própria imagem, por tanto tempo, no vídeo, tendemos a ficar mais preocupados em como somos vistos pelos interlocutores. Todos estão nos olhando, é como se estivéssemos em um palco. Quando entramos em uma vídeo chamada com vários participantes, muitos dos quais não conhecemos, esse desconforto tende a aumentar. 

Soma-se a tudo o estresse profissional, e o resultado pode não ser dos mais saudáveis.

Portanto, é indicado que se reduza ao máximo o tempo usado em vídeo chamadas, o que pode até motivar a volta da boa e velha chamada por telefone, ou, melhor ainda, o encontro pessoal.

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