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Um padre pode abençoar seguidores e crenças de outras religiões?

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Reportagem local - publicado em 09/08/21

Há algum limite para as bênçãos de um sacerdote? Objetos? Lugares? Animais? Outras pessoas? Seguidores de outras religiões?

Um padre pode abençoar seguidores e crenças de outras religiões? E quanto a objetos e lugares, um padre pode abençoar qualquer coisa? Esta pergunta passa com relativa frequência pela mente e pelas conversas de vários católicos e não católicos.

Quem responde a ela é o pe. Luis Fernando, da Paróquia Nossa Senhora das Graças, em Itumbiara, GO. Via rede social, ele assim se manifestou sobre a questão:

“O que pode ser abençoado pela Igreja e, portanto, pelo padre?

Os objetos destinados ao culto divino (vestes, alfaias, vasos sagrados, etc);

  • Objetos de devoção (água, terços, bíblias, etc)
  • Pessoas e as circunstâncias particulares da vida (nascimento, morte, viagem, cirurgia, formatura, etc)
  • Plantação, animais, colheitas, etc.
  • Lugares: de trabalho, de residência, de atividade médica ou esportiva, de comunicação social, etc.

O que não pode ser abençoado pela Igreja?

Aquilo que contradiz a natureza mesma da bênção. A bênção é um sacramental que vota a Deus a pessoa ou coisa sobre a qual é invocada”.

Padre pode abençoar seguidores e crenças de outras religiões?

Em seguida, o sacerdote aborda uma recente notícia que, tirada de seu contexto, foi transformada na enésima polêmica enviesada e manipulada contra a Igreja Católica por veículos de mídia e por perfis beligerantes em redes sociais: o caso de um grupo de pessoas que seguem o candomblé e a umbanda em Manaus e que registraram boletim de ocorrência contra uma paróquia da capital do Amazonas alegando que foram destratados e tiveram negado um pedido de bênção. Segundo os próprios denunciantes, o padre lhes teria dito que Oxum, entidade das religiões de matriz africana, não é um santo da Igreja Católica e que não poderia ser realizada ali uma mistura de atos umbandistas ou candomblecistas com o catolicismo. O pároco Grzegorz Paderewski nega que as pessoas tenham sido destratadas.

A propósito deste episódio, o pe. Luis Fernando acrescentou:

“Pode-se abençoar, pelo Rito de Bênçãos, uma pessoa de outra religião? A princípio sim, pois não há nada sob o céu que, per si, não pertença a Deus, dado que Deus é o princípio da vida. Porém, a confusão entre as coisas sagradas e profanas deve ser sempre evitada sob o risco de colocar a fé dos fiéis em perigo.

Nesse aspecto, a atitude do Padre está correta.

Para se evitar o perigo do escândalo, denega-se a bênção a quem não é católico. Olhando por um prisma teológico acerca do conteúdo da bênção, é de se perguntar o motivo pelo qual pessoas de outra religião pedem a bênção da Igreja Católica se não pretendem converter-se. Seria para transmitir uma mensagem de falso irenismo entre as religiões, para depreciar a fé católica ou para obter, ainda que tacitamente, a ‘aprovação’ para o seu erro? Seja qual for o motivo – ainda que seja o motivo alegado pelas ‘vítimas’ – o padre fez bem e fez o certo”.

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