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Padre franciscano foi herói em Auschwitz

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Octavio Messias - publicado em 18/08/21

Maximiliano Maria Kolbe foi considerado "o santo do nosso século difícil" pelo Papa João Paulo 2º

Na mesma semana em que foi noticiada a existência de 530 células neonazistas no Brasil de 2021, completou-se 80 anos da morte do padre fransicano polonês São Maximiliano Maria Kolbe (1894-1941), considerado o santo do Holocausto, um sacerdote católico que deu a própria vida para salvar um irmão no campo de concentração durante a 2ª Guerra Mundial.

A efeméride repercutiu em alguns dos principais veículos do país. Em 14 de agosto de 1941, padre Kolbe interrompeu uma execução no tenebroso campo de concentração de Auschwitz e ofereceu sua vida pela de um sargento que seria punido como bode expiatório pela fuga de três detentos. O gesto refletiu como o nazismo não poupava nem a santíssima Igreja Católica em um ato que representava o que de mais católico um homem de fé pode fazer, que é dar a vida em misericórdia a alguém, que era pai e tinha filhos. 

Herói e mártir

Padre Kolbe também mostrou como uma boa ação não faz distinção de religião. O sacerdote poupou a vida do sargento do exército e integrante da resistência judaica na Polônia, Franciszek Gajowniczek, de modo que vossa santidade foi também um mártir do judaísmo, condecorado como herói de guerra pelo Estado de Israel e considerado “justo entre as nações”.

O militar cumpria uma pena de fome e, ao término da tortura, quando Gajowniczek receberia seu castigo final, Padre Kolbe se apresentou para oferecer a própria vida pela do militar. O exército aceitou e São Maximiliano Kolbe pôde expor para o mundo e para a história a santidade do martírio e o horror de um regime totalitário. E comprovou como o regime era diametralmente oposto aos valores da Igreja Católica, uma vez que 3646 dos dez mil padres da Polônia à época foram levados aos campos de concentração, 2647 dos quais foram pelos nazistas. Além de seis milhões de judeus. 

Santo

Padre Kolbe foi canonizado em 1982 pelo Papa João Paulo 2º, que se referia ao mártir como “santo do nosso século difícil”. Em vida, o santo entrou em 1907, aos 13 anos de idade, para a Ordem dos Frades Menores Conventuais na cidade polonesa de Zduńska Wola. Ordenado em 1918, quando já estava estabelecido em Roma, voltou à pátria e se fixou na Cracóvia, onde fundou a revista Cavaleiro da Imaculada (Rycerz Niepoklanej, em polonês), que misturava informações da Igreja e palavras da Bíblia com notícias da guerra. A publicação atingiu a tiragem de 30 mil exemplares, chegando a ser a maior publicação da Polônia à época. Como o padre acolhia fugitivos do exército nazista e disseminava informações à respeito de sua atuação, não demorou a cair no radar da Gestapo, que efetuou sua prisão em 17 de fevereiro de 1941. Três meses depois, foi levado a Auschwitz em meio a outros 320 prisioneiros. E em julho se tornou mártir e santo.   

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