Partida do baterista mais elegante da história do rock gera comoção entre Paul McCartney e Ringo Starr
Ele não era só o baterista de uma das maiores e mais longevas bandas de rock de todos os tempos. Charles Robert Watts, ou Charlie Watts, que tocou nos Rolling Stones durante 58 dos 59 anos da banda, foi o baterista mais elegante da história do rock. Ainda não foi revelada a causa da morte do baterista, no entanto sabe-se que em 2014 ele se recuperou de câncer e que os Rolling Stones seriam acompanhados por outro baterista em sua próxima turnê, pois Watts estaria “se recuperando de procedimentos médicos”. Ele deixa a esposa, Shirley Ann Shepherd, com quem esteve casado por 57 anos, Seraphina, a única filha do casal, e da neta, também única, Charlotte, além do enteado Dylan.
Heaven
Ele tinha 80 anos e encerra uma carreira de 58 anos no Rolling Stones, que celebrará o aniversário de 60 anos de formação da banda no ano que vem. Charlie estará em memória.
Sua morte coincide com o aniversário de 40 anos de Tattoo You, o último grande álbum dos Rolling Stones, lançado em 24 de agosto de 1981. A nona faixa, intitulada Heaven (Paraíso), é propícia para o dia de hoje. Como legado, deixa 30 álbuns de estúdio, 33 álbuns ao vivo, 29 compilações e três EPs que gravou com os Stones, além de R&B from the Marquee, único disco que lançou com a banda Blues Incorporated, da qual saiu para se juntar aos Stones em 1963.
Cavalheiro distinto
Charlie Watts não foi o baterista mais elegante da história do rock só pelo visual, que com o terno e a gravata destoava dos seus espalhafatosos colegas de banda, como no estilo e na técnica musical, apropriados dos bateristas de jazz da década 50 e que fizeram de Watts o rei do beat, movimento roqueiro que surgiu na Inglaterra no final daquela década e antecedeu a Invasão Britânica, quando Rolling Stones, Beatles, Kinks, Animals, Them, Paul Revere, entre dezenas de outros artistas, foram alçados a estrelas internacionais.
Charlie Watts se manteve um gentleman apesar de Mick Jagger, Keith Richards e Brian Johnson abraçarem a tríade sexo, drogas e rock’n’roll. Mais de uma vez disse que gostava de tocar com seus parceiros, mas abriria mão de ser um rock star. Charlie manteve um estilo de vida reservado, o que condiz com sua personalidade pacata, assim como com o toque de classe que deu às baquetas. Deixa um posto absolutamente insubstituível na retaguarda da maior banda de rock de todos os tempos.