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Garagem do Vaticano guarda relíquias automotivas

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© Musei Vaticani | Antoine Mekary for Aleteia

I. Media - publicado em 25/08/21

No acervo, o primeiro carro doado por um bispo americano a um papa, além de carruagens, ônibus e papamóveis

O Vaticano sempre reserva deliciosas surpresas. No meio do menor estado do mundo, sob os gramados perfeitamente cuidados dos magníficos jardins, esconde-se… uma garagem.

Depois de passear por horas nas esplêndidas galerias dos Museus do Vaticano, os visitantes podem continuar sua visita descendo uma rampa e chegar ao Pavilhão de Carruagens. Inaugurado em abril de 1973 por Paulo VI, contém um maravilhoso acervo de veículos usados ​​pelos soberanos pontífices. Há liteiras, ônibus de viagem e automóveis.

Arcebispo Farley presenteia carro para o Vaticano

Um americano levou um veículo motorizado ao Vaticano pela primeira vez em 1909. De fato, o arcebispo de Nova York, o bispo John Farley, doou um 20/30 Itala ao Papa Pio X. Com o carro produzido pela jovem empresa italiana – que faliu em 1934 – o Papa poderia viajar a uma velocidade maior do que a de um ônibus.

Mas Pio X recusou a experiência. Aos 74 anos, o pontífice preferia caminhar pelos Jardins do Vaticano em uma carruagem puxada por cavalos. Era mais silenciosa e confortável.

Em exposição: elegantes carruagens puxadas por cavalos

Entre as carruagens expostas encontra-se a chamada “viagem” dos artesãos romanos do século anterior. Elegante, foi usada até o pontificado de Bento XV (1914-1922), já que o brasão do 258º sucessor de Pedro permanece em ambas as portas. Mas foi sobretudo Pio IX (1846-1878) quem o utilizou, notadamente durante sua visita em 1857 ao norte dos Estados Pontifícios. Segundo os Museus do Vaticano, esta viagem é considerada “a última visita de um Papa-Rei”.

Prisioneiros no Vaticano

Os eventos mundiais abalaram completamente o curso da história papal e, indiretamente, dos transportes papais. Embora Pio X não parecesse se importar em se interessar por sua Itala 20/30, provavelmente era por causa da situação do papado naquela época. Desde 1870 e a captura de Roma pelas tropas italianas, os papas afirmavam ser prisioneiros no Vaticano. Recusavam-se a sair, até mesmo a viajar alguns quilômetros até sua catedral, São João de Latrão.

Os primeiros papamóveis

Nesse contexto, e em um espaço reduzido a poucos hectares do Vaticano, o uso de um papamóvel parece pouco interessante. No entanto, em 1896, no primeiro filme da história mostrando um papa, ainda podemos ver Leão XIII em uma carruagem vagando pelos Jardins do Vaticano.

O fabricante italiano Bianchi ofereceu a Bento XV um carro em 1922 e, em seguida, outro automóvel, mas o pontífice não os quis usar.

Resumindo os primeiros papamóveis ficaram parados. Essa situação duraria até 22 de dezembro de 1929, um dia histórico durante o qual Pio XI subiu em um Graham Paige preto tipo 837 para ir para o Latrão.

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