O pe. Gabriel Vila Verde relatou o que sentiu em "três dias em pânico" após o grave episódio de ameaça de morte que sofreu em sua paróquia na madrugada do último domingo. Via rede social, ele agradeceu a todas as pessoas que lhe prestaram apoio e solidariedade.
O sacerdote escreveu:
"Passando para agradecer a cada um que rezou e reza por mim. A você que mandou mensagem, que ligou, que fez publicação na Internet, que se compadeceu de toda situação. Hoje, após três dias em pânico, consegui repousar, me alimentar, rezar e dormir. Confesso que ainda ouço os gritos e o barulho no portão. Qualquer movimento estranho ao meu redor me causa uma certa angústia".
O sacerdote acrescenta:
"Situação extremamente delicada, que nunca imaginei vivenciar. Já enfrentei muitas batalhas, já parti para briga, já dei meu rosto a bater, mas nada se compara ao acordar na madrugada, com ameaça de morte, morando sozinho numa rua isolada. Só de lembrar, o corpo treme e o coração dispara. No entanto, todo apoio recebido me fortaleceu. Não sei se darei conta de responder tantas mensagens e ouvir tantos áudios. Deus e seu povo está ao meu lado. Quem disse que tudo isso é exagero, que Deus abençoe!"
O pe. Gabriel relatou na última segunda-feira que um vizinho o havia acordado aos gritos à 1h40 da madrugada de sábado para domingo. Armado de facão, o homem batia no portão e o insultava “com todos os palavrões”. Ele ameaçou invadir a paróquia, trancar o padre em seu carro e incendiá-lo. A situação “de pânico e pavor”, conforme o sacerdote, durou mais de 30 minutos.
De fato, vários paroquianos acordaram com a confusão e foram proteger o sacerdote. A polícia também foi acionada. Padre e agressor foram à delegacia, onde o sacerdote registrou boletim de ocorrência.
Uma vez que o episódio se tornou público, o sacerdote recebeu amplas demonstrações de apoio e solidariedade de fiéis do Brasil inteiro via redes sociais. Seus paroquianos, no município baiano de Acupe, organizaram uma manifestação presencial de apoio ao pároco. O pe. Gabriel, porém, teve de se ausentar provisoriamente da paróquia, a fim de salvaguardar a própria integridade física.