Ao longo do ano a Sagrada Tradição nos convida a vivermos tempos litúrgicos distintos. Em maio, por exemplo, reverenciamos o Sagrado Coração de Maria, e em junho, o de Jesus. Mesmo nestas épocas não precisamos nos afastar da devoção a São Miguel Arcanjo, cuja memória e comemoração se dão no mês de agosto.
As Sagradas Escrituras nos apontam a relação entre Miguel e os Sagrados Corações nas Revelações de São João:
Miguel, “aquele que se parece com Deus”, na Tradição da Igreja é o chefe dos anjos no céu: “Os Anjos – entre eles os Arcanjos São Miguel, São Rafael e São Gabriel – são criaturas divinas: “não existe nada que não deva sua existência a Deus criador”, explica o Catecismo da Igreja Católica (CIC 338). E a sua existência é uma verdade de fé expressa pela Bíblia Sagrada e pela Tradição da Igreja (cf. CIC 328)”. O título de Arcanjo refere-se a “anjo principal”, designando a importância dos arcanjos em sua missão.
Miguel aparece duas vezes no Antigo Testamento. Em Daniel (10,13) que diz: “Miguel, um dos grandes príncipes” e logo depois como “um grande príncipe”. É considerado o guardião celeste, o príncipe e guerreiro, que defende o trono celestial. Ele é também o defensor e protetor do Povo de Deus e Padroeiro da Igreja Católica. São Miguel Arcanjo é o chefe supremo do exército celestial, dos anjos que são fiéis a Deus. Ele é também o Arcanjo da Justiça e do arrependimento, e ainda como o grande combatente e vencedor das forças do mal.
Em 2013, o Estado da Cidade do Vaticano foi consagrado a São Miguel Arcanjo, ao lado de São José. Desta forma, São Miguel é reconhecido oficialmente como defensor da Fé e da Igreja. Guerreiro celeste, protetor dos espadachins e dos mestres de armas, suas capacidades como juiz de almas também o tornaram patrono de todos os ofícios que envolvem o uso de uma balança: tais como comerciantes, farmacêuticos e padeiros. É também o patrono da polícia.
São Miguel aparece na arte litúrgica da Igreja como um anjo segurando uma espada (ou lança), um escudo e uma balança. Ora, quando se fala dos anjos, fala-se de espíritos que não possuem corpos, matéria. Então o que seriam esta espada, escudo e balança? É São Paulo quem nos responde:
É com estas armas que o Príncipe das Milícias Celestes luta e vence os anjos de satanás.
Assim, não só podemos, mas devemos venerar os anjos, “porque eles a ajudam em sua peregrinação terrestre e protegem cada ser humano” (cf. CIC 352).
Certos dessa tradição, os santos expressavam sua fé em seus escritos acerca de São Miguel. O Papa Pio IX certa vez escreveu: “São Miguel é quem tem maior capacidade para exterminar as forças malditas, filhos de satanás, que juraram a ruína da sociedade cristã”.
São Francisco de Assis também nutria uma especial devoção e foi o primeiro a praticar a quaresma de São Miguel. Ele costumava dizer que São Miguel “devia ser mais excelentemente honrado, pelo fato que este tinha o ofício de apresentar as almas a Deus” (2 Celano 197). Costumava rezar:
Santa Joana d’Arc (1431) afirma que São Miguel foi um dos espíritos santos que a ajudaram e deram a ela a coragem de salvar a França durante a guerra dos 100 anos (1337-1455).
Assim, da mesma forma que São Miguel lutará na parusia, hoje combate por nós, protege-nos das milícias do inferno. Como príncipe dos anjos, lidera também nossos anjos da guarda que nos protegem a todo tempo, o tempo todo.
De acordo com as Escrituras Sagradas, São Miguel Arcanjo possui diversas tarefas, dentre as quais se destacam as seguintes funções:
1- Combater Satanás e todos os poderes do mal
2- Resgatar as almas dos fiéis que o demônio dominou, em especial na hora da sua morte.
3- Defender e proteger o povo de Deus, todos aqueles que creem nele.
Embora hoje em dia não se preste a devida e necessária atenção a essa devoção, ela se faz ainda mais urgente, pois vivemos em um tempo em que se perdeu o sentido do sagrado, do espiritual e do divino, sendo também resposta providencial de Deus às necessidades da humanidade. Os anjos são, dessa forma, um sinal da presença de Deus, de seu cuidado atento e constante. Estando diante de Deus, tão próximos a Ele, podem nos revelar Seu querer, Seus pensamentos, na medida em que essa mensagem nos auxilia em nosso caminho de santidade.
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Deixemo-nos guiar por esses instrumentos de Deus na nossa vida, pois como afirmava São João Paulo II, “os anjos existem, são enviados pela Divina Providência, para que nos ajudem a alcançar a santidade de vida”. A maior importância dos arcanjos para nós é a santidade. Assim, nada melhor que, a cada dia, iniciarmos nossa jornada com a belíssima oração:
São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate.
Sede o nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio.
Que Deus manifeste o seu poder sobre ele. Eis a nossa humilde súplica.
E vós, Príncipe da Milícia Celeste, com o poder que Deus vos conferiu,
Precipitai no inferno Satanás e os outros espíritos malignos,
Que andam pelo mundo tentando as almas. Amém.
Wellington de Almeida Alkmin, pelo Hozana