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Há bispos ligados ao diabo, afirmou exorcista-chefe há mais de 10 anos

Exorcista padre Gabriele Amorth

GIULIO NAPOLITANO/AFP

Francisco Vêneto - publicado em 02/09/21

O próprio Papa São Paulo VI denunciou que "a fumaça de Satanás entrou na Igreja" na tentativa de destruí-la por dentro

Há bispos ligados ao diabo, afirmou há mais de 10 anos o célebre padre Gabriele Amorth, considerado o “exorcista-chefe da Igreja”.

Em entrevista ao jornal italiano La Repubblica em março de 2010, o sacerdote mundialmente conhecido pelo seu trabalho como exorcista na diocese de Roma declarou que, entre as demonstrações da ação do demônio contra a Igreja, podiam citar-se o ataque sofrido pelo então pontífice reinante Bento XVI na noite de Natal de 2009 e os dramáticos escândalos de pedofilia e abusos sexuais perpetrados por centenas de clérigos em dezenas de países e contra milhares de vítimas.

O sacerdote exorcista acrescentou, sem panos quentes, que existem “cardeais que não acreditam em Jesus e bispos ligados ao demônio”.

70 mil exorcismos

O pe. Amorth declarou ter realizado mais de 70 mil exorcismos ao longo das décadas em que atuou nesse ministério. Ele mencionou este número em seu livro “Memórias de um Exorcista“, no qual compartilhou diversas das suas batalhas contra o mal. As entrevistas que compõem o livro foram feitas pelo jornalista Marco Tosatti, também italiano.

O próprio Tosatti explicou, em declarações à rede britânica BBC, que o diabo costuma agir basicamente de duas formas: a mais comum é influenciar as pessoas a pecarem, enquanto a mais rara é a possessão. Tosatti declarou que, segundo o pe. Amorth, pessoas como Adolf Hitler e os nazistas estiveram possuídos pelo demônio.

Em suas memórias, o pe. Amorth relatou que, durante algumas sessões de exorcismo, os possuídos chegaram a precisar de seis ou sete dos assistentes do padre para serem controlados. Alguns podiam até cuspir cacos de vidro, “pedaços de metal do tamanho de um dedo, mas também pétalas de rosas”.

“Há bispos ligados ao diabo”

O pe. Amorth não foi o único nem o primeiro clérigo de renome a reafirmar que o diabo tenta agir contra a Igreja de Cristo a partir de dentro dela.

Os próprios pontífices o afirmaram.

Teve imensa repercussão, por exemplo, a frase do Papa São Paulo VI de que “a fumaça de Satanás entrou na Igreja” na tentativa de destruí-la por dentro.

O Papa Francisco reiterou inúmeras vezes que o diabo não é apenas um símbolo, mas uma criatura real – que tenta a todos, inclusive no seio da Igreja.

Bento XVI era um grande apoiador do ministério de exorcismo realizado pelo pe. Amorth, conforme o próprio exorcista-chefe do Vaticano registrou publicamente:

“Sua Santidade acredita de todo o coração na prática do exorcismo. Ele tem encorajado e louvado o nosso trabalho”.

Além de sustentar que, em meio à maioria de bons religiosos, existem vários que se deixam influenciar pelo diabo, o pe. Amorth também afirmou que a tentativa de assassinato que o Papa São João Paulo II sofreu em 1981 foi outro caso de ataque do diabo contra a Igreja.

A ficção, o exorcismo e a magia

Na entrevista de 2010 a La Repubblica, o exorcista explicou que o demônio “pode permanecer escondido, ou falar diferentes línguas, ou mesmo se fazer parecer simpático”.

Ele falou também de como o cinema costuma retratar os exorcismos e afirmou que o filme “O Exorcista“, de 1973, é “substancialmente preciso”, embora “um pouco exagerado”.

Quanto à popular série infanto-juvenil de livros e filmes “Harry Potter“, o pe. Amorth alertou para a importância de se analisar com prudência a forma como a obra retrata os ritos mágicos, dado que, a seu ver, a história promove “uma falsa distinção entre magia negra e magia do bem”.

O pe. Gabriele Amorth faleceu em setembro de 2016, aos 91 anos de idade.

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