Em meio ao infortúnio humanitário do país, o nascimento da garotinha afegã foi um sinal de esperança
Uma bebê afegã nasceu no meio de um vôo de retirada militar dos EUA. Na hora do parto, o avião estava indo para a Base Aérea de Ramstein, na Alemanha.
O parto aconteceu no dia 22, quando o mundo inteiro lamentava a retomada do poder pelo Talibã no Afeganistão. Milhares de pessoas tentaram fugir do país, temendo o governo extremista.
O general Tod Wolters, comandante do Comando Europeu dos Estados Unidos, explicou que os militares responsáveis pelo voo conversaram com a mãe e o pai da bebê. Eles deram à menina o nome de Reach, pois o indicativo de chamada no avião C-17 que os levou do Qatar a Ramstein era Reach.
Um nome cheio de significado
“Reach”, em inglês, significa “alcançar, chegar a um ponto”. Isso é exatamente o que essa família e centenas de milhares de outras pessoas estão tentando fazer nestas semanas: alcançar um lugar de paz para viver. Tudo porque o Afeganistão foi tomado por um governo que afirma ser regido pelas leis de Alá contidas em um Alcorão interpretado à sua maneira (infelizmente desumana).
A mãe de Reach, uma cidadã afegã, apareceu nas imagens, embora seu rosto tenha sido digitalmente escondido. O motivo: preservar a segurança dela e das pessoas que a acompanhavam no avião de transporte C-17 da Força Aérea dos Estados Unidos.
O Comando de Mobilidade Aérea dos Estados Unidos tuitou a informação sobre o parto, dizendo que a grávida começou a ter problemas durante o voo. “O comandante da aeronave decidiu descer de altitude para aumentar a pressão do ar na aeronave, o que ajudou a estabilizar e salvar a vida da mãe.”

O mesmo tuíte observou que pessoal médico do 86º Grupo Médico da Força Aérea subiu a bordo para assistir a paciente assim que o avião pousou.
Reach e sua mãe foram para um centro médico próximo. Graças a Deus eles estão bem.
“Como você pode imaginar, sendo um piloto de caça da Força Aérea, é meu sonho ver a jovem Reach crescer e se tornar uma cidadã americana e voar em caças da Força Aérea dos Estados Unidos”, brincou Wolters.
“Eu esperava o pior”
Por sua vez, a enfermeira que acompanhou o parto explicou em depoimentos à CNN que “esperava o pior, desejando o melhor”.
“Quando avaliei a paciente, tínhamos passado do ponto sem volta. O bebê nasceria antes que pudéssemos transferi-la para outro centro”, disse a capitã do Exército dos Estados Unidos Erin Brymer, enfermeira registrada no Landstuhl Regional Medical Center.
Questionado sobre quando ela achou que as coisas estavam indo bem para a bebê e para a mãe, Brymer disse: “Quando a bebê saiu gritando! E pudemos colocá-la diretamente no seio da mãe e fazê-la amamentar. Imediatamente, eu disse a mim mesma: ‘Ok, estamos bem aqui.’“
Um erro piloto
Talvez seja por causa do nervosismo e da excitação do momento, mas acontece que o piloto erroneamente anunciou que a criança era um menino. Brymer o corrigiu. “Quero dizer, é uma menina”, disse, então, o piloto.
Apesar dessa história mais parecer um trailer de filme, temos que nos lembrar que há “um tempo para tudo … um tempo para nascer”. Um tempo tão bom cheio de esperança.