Os visitantes da cidade siciliana de Palermo não podem deixar de ir ao santuário construído em homenagem à padroeira local, Santa Rosália. O santuário imponente foi construído dentro de uma caverna natural no Monte Pellegrino, uma colina imponente com vista para Palermo que inspirou muitos escritores e artistas, incluindo o poeta alemão do século 19 Johann Wolfgang von Goethe.
A primeira evidência de um templo cristão no Monte Pellegrino remonta ao século 12. No entanto, foi no século 17 que o santuário de Santa Rosália foi concluído.
De acordo com uma lenda local, o santuário foi construído depois que Santa Rosália ajudou os habitantes de Palermo a combater a praga.
Em 1624, um barco com presentes para o vice-rei da Sicília veio da Tunísia e ancorou no porto da cidade. As autoridades alertaram o vice-rei que as pessoas no navio estrangeiro provavelmente estavam infectadas com a peste e sugeriram um período de quarentena para todos a bordo.
Entretanto, o vice-rei Emanuele Filiberto ignorou os avisos, pois estava ansioso para receber os presentes exóticos. Poucas semanas depois, o governo declarou oficialmente uma emergência pandêmica em Palermo. A praga havia invadido a cidade.

Girolama La Gattuta, uma moradora local, escalou o Monte Pellegrino e teve uma visão: Santa Rosália apareceu e revelou o local onde seus ossos haviam sido enterrados. Poucas semanas depois, uma expedição foi pesquisar o local indicado pela mulher. Para a surpresa de todos, alguns ossos humanos brancos e brilhantes estavam entre as rochas. Poucos minutos após a descoberta, um forte cheiro de flores começou a inundar a montanha. A equipe levou os ossos para Palermo, e o arcebispo Giannettino Doria atestou a origem deles.

Um ano depois, em 9 de junho de 1625, a cidade organizou uma procissão em homenagem a Santa Rosália, carregando seus ossos. A pandemia devastadora começou a desaparecer e, alguns meses depois, Palermo conseguiu acabar com a praga. Em um sinal de gratidão, a cidade construiu o lindo santuário, que ainda hoje se ergue sobre Palermo.
Visitar o santuário é uma experiência única. A pequena fachada despretensiosa revela uma igreja elaboradamente decorada e um convento escavado a 25 metros na montanha. Estátuas de mármore, altares e crucifixos destacam-se das paredes de rocha, fazendo parecer que a igreja se desenvolveu naturalmente a partir do interior da montanha.
Longe de ser apenas uma atração turística, o santuário é um local ativo de adoração com milhares de pessoas subindo a montanha todos os dias para orar. Todos os anos, no dia 4 de setembro, dia da festa de Santa Rosália, dezenas de milhares de pessoas vão descalças até a igreja para mostrar seu respeito à santa que ajudou a combater a peste.

O santuário está aberto aos visitantes todos os dias das 8h às 20h, com ônibus de transporte público que circulam regularmente do centro de Palermo. As missas acontecem às 9h00, 11h00 e 18h00, de segunda a domingo, e às 11h00 e às 18h00 aos domingos.