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Cartas da Trapa e o crescimento espiritual

MARIA GABRIELLA SAGHEDDU

Monastero Trappiste Vitorchiano

Vanderlei de Lima - publicado em 12/09/21

A Ordem Cistercienses da Estrita Observância ou, de modo popular, trapista, tem uma vida dirigida totalmente à experiência do Deus vivo

Cartas da Trapa: vida e correspondências de Maria Gabriela Sagheddu, monja trapista do século XX é título de um livro recém-publicado pela Cultor de Livros. 

Tem 204 páginas divididas em duas grandes partes: na primeira, traz um estudo sobre vida da Beata Maria Gabriela, na Ordem Cisterciense da Estrita Observância ou Trapista, mais precisamente na Trapa de Grottaferrata (Itália), na segunda parte, reúne as preciosas Cartas que a monja enviava às pessoas que lhe eram queridas. Das 45 missivas – incluindo alguns bilhetes – que a obra contém, este artigo reproduz, na íntegra, a de número 2.

Grottaferrata, 7.10.1935. Louvado seja Jesus Cristo! Querida mãe, outro dia, escrevi uma carta dando notícias da minha chegada e hoje escrevo este cartão para enviá-lo na carta da Irmã Rosa. Eu me sinto muito bem, com saúde, e espero o mesmo da senhora e da família.

Informo que, no sábado à tarde, entrei na comunidade; e que ontem, dia da Virgem do Rosário, foi o primeiro dia que passei inteiro na casa do Senhor. Ontem, foi a tomada de hábitos da Irmã Rosa e a profissão da Irmã Micaela.

Era tão belo e tocante ao mesmo tempo ver as duas jovens ajoelhadas: uma vestida de branco com uma coroa de rosas na cabeça, esperando a bênção para ela e para o novo hábito que deve usar; a outra que, diante de todos, proclamou ser a fiel esposa de Jesus Cristo para toda a vida.

Reze, minha mãe, para que este dia chegue também para mim; que eu não tenha vindo apenas para ver o lugar, mas, sim, para permanecer sempre como uma fiel esposa de Jesus. Não acredite ser verdadeiro tudo o que sempre escutamos dizer sobre a clausura, por exemplo, que a comida e a bebida nos são dadas, às irmãs, por meio de uma roda; não, não é verdade, ficamos muito confortáveis no refeitório comendo todas juntas.

Quanto ao lugar, é um verdadeiro paraíso na terra; e ontem que saí para passear, vi a vinha que é uma maravilha porque ainda tem todas as frutas. Também vi as verduras, isto é: os repolhos, os figos e, enfim, tudo o que se pode ter num pomar. Hoje, passei pelo jardim e vi as poucas flores que há agora, mas também existem canteiros de flores para as outras estações. Há também uma bela estátua de São José com o Menino Jesus que se destaca entre as heras verdes. 

Chega por hoje, o resto lhe direi outra hora. Faça-me saber se Salvador [irmão de Maria Gabriela] voltou, como ele está, dado que, no dia da minha partida, foi pontual ao vir com o carro. Eu a saúdo afetuosamente junto com os demais membros da família. Cumprimente a todos os vizinhos e conhecidos, as tias e primas, a avó Micaela e diga à Maria que cumprimente a todas as companheiras. Eu a saúdo novamente. Sua filha Maria Sagheddu [até aqui a Carta].

Em adendo, vai um breve recado da Madre Pia Gullini à mãe de Maria Gabriela com estes dizeres: “Sua filha está bem e feliz. Recebeu o nome de Ir. Maria Gabriela. Reze para que ela se torne santa e seja a bênção de sua família. Com religiosas saudações. 

Ir. Maria Pia, abadessa”.

A Ordem Cistercienses da Estrita Observância ou, de modo popular, trapista, tem uma vida dirigida totalmente à experiência do Deus vivo. É, portanto, contemplativa. Chamado(a) por Deus, o (a) trapista se consagra a buscá-Lo, de modo integral, seguindo a Cristo, sob a Regra de São Bento, e a um Abade (ou Abadessa) em uma comunidade estável, na caridade fraterna na qual todos os bens são compartilhados.

Vale a pena ler e meditar Cartas da Trapa, na íntegra, pois, ajuda a um melhor aprofundamento na vida espiritual. De brinde, uma Apresentação que traz os conceitos de monja, vítima expiatória, diálogo ecumênico e milagre (cf. p. 13-19), além de elucidativas notas de rodapé e dois apêndices: um com a relação das obras das místicas cistercienses ou sobre elas publicadas no Brasil e outro com a lista dos mosteiros cistercienses e trapistas no Brasil e em Portugal (cf. p. 201-204). 

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