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Uma peregrinação pela majestosa Catedral St. Louis

ST LOUIS CATHEDRAL

Royalpt78 | CC BY-SA 3.0

Octavio Messias - publicado em 15/09/21

Templo em Nova Orleans possui rica história que data do século XVIII

O French Quarter, ou equilátero francês, bairro de Nova Orleans, é conhecido por festas populares como o Mardi Gras, ou pelos músicos de jazz e de blues se apresentando na rua. Também contribui com a fama seu atrativo mais proeminente, a icônica Catedral St. Louis, uma majestosa igreja católica com três pináculos, de face para o rio Mississippi.

A catedral possui rica história e atributos magnificentes, frequentada tanto por residentes na cidade quanto por visitantes. Ela se encontra fechada por conta do isolamento social, mas já vale como um lugar com o qual se sonhar para quando tudo isso passar. Neste tour virtual disponibilizado no YouTube

, dá para se ter uma bela noção do quão bela é a catedral. 

Componentes ainda em uso datam de 1793, ano em que Nova Orleans se tornou uma diocese, mas muito do que é visto hoje se deveu ao esforço para expandir a catedral em 1850, quando Nova Orleans se tornou uma arquidiocese. Enquanto não há contagem oficial do número de visitantes que traz anualmente, o guia da excursão voluntário Brandon Briscoe disse que o templo atrai um “fluxo constante” de público, tanto de católicos quanto não-católicos. 

Ele tem uma relação antiga com a catedral: em 2005, em meio às consequências do furacão Katrina, o arcebispo de Nova Orleans Alfred Hughes enviou Briscoe, então um seminarista arquidiocesano, entre outros aprendizes de sacerdote, para arrumar o local e reabri-lo ao público. Ele se lembra, “como se num plano mais elevado, não alagou. Ele queria o local aberto como um primeiro lugar onde as pessoas passariam a ir, assim como pela sua importância enquanto símbolo para a cidade.” Briscoe desde então liderou centenas de excursões para milhares de pessoas, incluindo uma recente do rei e da rainha da Espanha. 

Atrativos que os visitantes não deveriam perder

Briscoe destacou diversos atrativos únicos na catedral que os visitantes não deveriam perder. A fonte batismal em frente à igreja, por exemplo, é diversas décadas mais velha que a própria catedral e um dos seus artefatos mais antigos. Briscoe observa: “Geração após geração de residentes em Nova Orleans tem sido batizada nela, que está em uso até hoje”. 

Ele também sugere que o visitante observe as muitas janelas de vidro tingido, que narram a vida de São Luís do nascimento à morte. Luís é patrono da diocese e foi um grande monarca cristão. Nada mais apropriado que a catedral ter recebido o nome dele, diz Briscoe, ressaltando como São Luís era conhecido por cuidar dos pobres e desfavorecidos na comunidade. 

Outros destaques incluem a cátedra ou a poltrona do bispo, um símbolo de autoridade apostólica sobre a arquidiocese. 

Entre aqueles honrados com imagens na catedral está a venerável Henriette DeLille (1812-62). Esta mulher mestiça fundou a congregação Irmãs da Sagrada Família, que pregou para escravos e negros livres. Uma sala de oração, nomeada em sua homenagem, pode ser encontrada no antigo batistério da catedral. 

Um foco central na catedral é seu adornado altar. Em uma pintura sobre ele, em francês, estão as palavras da escritura: “Este é o rebanho de Deus que tira os pecados do mundo”, disse o padre durante a missa. À direita e à esquerda do altar estão São Pedro e São Paulo, os pilares iniciais da Igreja.

Lindas confissões

Os confessionários também são um atrativo e tanto. Não apenas pela história, mas por que eles costumavam oferecer o Sacramento da Penitência a muitas pessoas que passavam pela igreja todos os anos. Briscoe disse: “Os padres escutam muitas lindas confissões lá, às vezes de gente que não se confessa há 30 anos. A luz confessional lembra àqueles que saem por nossas portas que Jesus está pronto para o encontro sacramental com eles.

Bandeiras enfileiradas em todos os lados da catedral incluem estandartes das dioceses vizinhas sob o alcance da arquidiocese, assim como de muitas autoridades que em diferentes momentos controlaram a cidade. 

Visitantes famosos da catedral incluem o almirante dos Estados Unidos David Farragut, que nos anos 1800 pediu à igreja uma saudação de canhões conforme ele passava; uma bala de canhão errante atingiu e causou danos moderados a um dos pináculos. Dizem que o presidente presbiteriano Andrew Jackson (1767-1845) voltou à catedral por duas décadas após sua vitória de virada na Batalha de Nova Orleans, admitindo que sem intervenção divina a vitória nunca teria sido dele. Em 1987, Papa João Paulo II visitou a catedral e ofereceu uma missa a céu aberto para 200 mil fiéis. 

Por séculos a Catedral St. Louis tem suportado furacões, epidemias, enchentes e guerras, porém permanece o artefato católico mais impressionante da cidade. 

(A partir do original em inglês: Make a pilgrimage to New Orleans’ majestic St. Louis Cathedral)

Tags:
ArteIgreja
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