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Sem alguns católicos o comunismo seria muito pequeno

KARL MARX

Shutterstock | Andreas Wolochow

Vanderlei de Lima - publicado em 19/09/21

Ainda há, infelizmente, católicos que, traindo a Igreja, compartilham o marxismo

Este artigo demonstra – à luz do estudo “Velhos fantasmas”, conduzido por Julio Loredo, na revista Catolicismo n. 773, de maio de 2015, p. 26-35 –, como a colaboração de alguns católicos, especialmente os ligados à Teologia da Libertação (TL) extremada, muito contribuíram para o avanço do comunismo.

É Loredo quem escreve que “nascida nos anos 1960, a TL alcançou seu apogeu nos anos 1970-1980” (p. 27). As grandes divulgadoras da Teologia da Libertação de cunho marxista foram as chamadas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Mas qual era, então, o plano comunista para a América Latina? – Responde o autor do estudo em foco: “Usando Cuba como trampolim, o comunismo internacional tentava abocanhar o continente. Ele queria aliciar sobretudo as massas de fiéis católicos, que compõem a imensa maioria das nossas populações. Infelizmente, a hidra vermelha encontrou muitas portas abertas no campo católico. A principal delas foi sem dúvida o movimento da TL, que logo se converteu em seu principal ‘companheiro de viagem’. De fato, a TL se apresentava não propriamente como uma escola de teologia – quer dizer, de estudo sobre Deus –, mas como um engajamento político. O Pe. Gustavo Gutiérrez definia a TL como ‘engajamento no movimento político revolucionário’. Um movimento de claro conteúdo comunista. ‘O que propomos é marxismo, materialismo histórico, na teologia’, proclamava Leonardo Boff” (ibidem).

Daí declarar Fidel Castro que “a Teologia da libertação é mais importante do que o marxismo para a revolução na América Latina” e Vladimir Pacika, analista soviético da Academia de Ciências da ex URSS, completava: “A teologia da libertação procura uma sincera aproximação com o marxismo. Nós a consideramos uma aliada. Assumindo o marxismo como método de análise, a Teologia da libertação estimula o seu estudo e contribui com a sua difusão no meio da população” (p. 27-28). 

No Brasil, a TL, por meio das CEBs, também muito ajudou na criação e na difusão de partidos de esquerda, especialmente do PT, como se lê na Mensagem que o ex presidente Lula enviou ao 11º Encontro Intereclesial das CEBs, em 2005: “É um momento revigorante, de reencontro com tantos companheiros e companheiras de caminhada. Vocês sabem do carinho que tenho pelas CEBs, do reconhecimento do papel que as Comunidades de Base desempenharam na resistência à ditadura militar, na formação dos Movimentos Populares, no apoio ao Movimento Sindical e na formação dos partidos de esquerda, em particular o PT. […] Deus abençoe a vossa luta!” (p. 28). 

“Chegando aos nossos dias, vemos o movimento da TL apoiar os vários governos socialistas do continente, a começar pelo falido regime bolivariano da Venezuela. […] Em mais de uma ocasião, o próprio Hugo Chávez declarou que se inspirava na Teologia da Libertação. […] Em síntese, onde a TL encontrou um processo revolucionário, engajou-se a fundo nele, às vezes até como uma das principais forças motrizes. Uma força estrategicamente muito importante, pelo fato de aliciar para a causa revolucionária setores da população que de outro modo teriam sido refratários à pregação marxista” (p. 29). Em nossas palavras, o católico foi bombardeado ideologicamente pelo comunismo por meio daqueles que deveriam, em consciência, se opor a esse sistema mau em si mesmo, conforme ensina o Papa Pio XI na encíclica Divini Redemptoris, n. 58.

É certo, porém, que, em meio a esse vergonhoso entreguismo de católicos (maldosos ou mal informados – só Deus julgará), a Divina Providência sempre suscitou, em sua Igreja, fiéis aptos a alertar o povo sobre tal mazela. Mais recentemente, alguns – e Julio Loredo cita isso (cf. p. 30-33) – apostaram no forte ressurgimento da TL marxista com um possível aval do Papa Francisco. Contudo, o Santo Padre, embora afirme ter conhecido boas pessoas no marxismo, também declara: “Nunca compartilhei a ideologia marxista, porque ela é falsa” (ACI Digital, 05/03/2014, online).

Todavia, ainda há, infelizmente, católicos que, traindo a Igreja, compartilham o marxismo. Ora, sem esses católicos o comunismo seria muito pequeno.

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