Aleteia logoAleteia logoAleteia
Segunda-feira 04 Dezembro |
São João Damasceno
Aleteia logo
Religião
separateurCreated with Sketch.

Sem alguns católicos o comunismo seria muito pequeno

KARL MARX

Shutterstock | Andreas Wolochow

Vanderlei de Lima - publicado em 19/09/21

Ainda há, infelizmente, católicos que, traindo a Igreja, compartilham o marxismo

Este artigo demonstra – à luz do estudo “Velhos fantasmas”, conduzido por Julio Loredo, na revista Catolicismo n. 773, de maio de 2015, p. 26-35 –, como a colaboração de alguns católicos, especialmente os ligados à Teologia da Libertação (TL) extremada, muito contribuíram para o avanço do comunismo.

É Loredo quem escreve que “nascida nos anos 1960, a TL alcançou seu apogeu nos anos 1970-1980” (p. 27). As grandes divulgadoras da Teologia da Libertação de cunho marxista foram as chamadas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Mas qual era, então, o plano comunista para a América Latina? – Responde o autor do estudo em foco: “Usando Cuba como trampolim, o comunismo internacional tentava abocanhar o continente. Ele queria aliciar sobretudo as massas de fiéis católicos, que compõem a imensa maioria das nossas populações. Infelizmente, a hidra vermelha encontrou muitas portas abertas no campo católico. A principal delas foi sem dúvida o movimento da TL, que logo se converteu em seu principal ‘companheiro de viagem’. De fato, a TL se apresentava não propriamente como uma escola de teologia – quer dizer, de estudo sobre Deus –, mas como um engajamento político. O Pe. Gustavo Gutiérrez definia a TL como ‘engajamento no movimento político revolucionário’. Um movimento de claro conteúdo comunista. ‘O que propomos é marxismo, materialismo histórico, na teologia’, proclamava Leonardo Boff” (ibidem).

Daí declarar Fidel Castro que “a Teologia da libertação é mais importante do que o marxismo para a revolução na América Latina” e Vladimir Pacika, analista soviético da Academia de Ciências da ex URSS, completava: “A teologia da libertação procura uma sincera aproximação com o marxismo. Nós a consideramos uma aliada. Assumindo o marxismo como método de análise, a Teologia da libertação estimula o seu estudo e contribui com a sua difusão no meio da população” (p. 27-28). 

No Brasil, a TL, por meio das CEBs, também muito ajudou na criação e na difusão de partidos de esquerda, especialmente do PT, como se lê na Mensagem que o ex presidente Lula enviou ao 11º Encontro Intereclesial das CEBs, em 2005: “É um momento revigorante, de reencontro com tantos companheiros e companheiras de caminhada. Vocês sabem do carinho que tenho pelas CEBs, do reconhecimento do papel que as Comunidades de Base desempenharam na resistência à ditadura militar, na formação dos Movimentos Populares, no apoio ao Movimento Sindical e na formação dos partidos de esquerda, em particular o PT. […] Deus abençoe a vossa luta!” (p. 28). 

“Chegando aos nossos dias, vemos o movimento da TL apoiar os vários governos socialistas do continente, a começar pelo falido regime bolivariano da Venezuela. […] Em mais de uma ocasião, o próprio Hugo Chávez declarou que se inspirava na Teologia da Libertação. […] Em síntese, onde a TL encontrou um processo revolucionário, engajou-se a fundo nele, às vezes até como uma das principais forças motrizes. Uma força estrategicamente muito importante, pelo fato de aliciar para a causa revolucionária setores da população que de outro modo teriam sido refratários à pregação marxista” (p. 29). Em nossas palavras, o católico foi bombardeado ideologicamente pelo comunismo por meio daqueles que deveriam, em consciência, se opor a esse sistema mau em si mesmo, conforme ensina o Papa Pio XI na encíclica Divini Redemptoris, n. 58.

É certo, porém, que, em meio a esse vergonhoso entreguismo de católicos (maldosos ou mal informados – só Deus julgará), a Divina Providência sempre suscitou, em sua Igreja, fiéis aptos a alertar o povo sobre tal mazela. Mais recentemente, alguns – e Julio Loredo cita isso (cf. p. 30-33) – apostaram no forte ressurgimento da TL marxista com um possível aval do Papa Francisco. Contudo, o Santo Padre, embora afirme ter conhecido boas pessoas no marxismo, também declara: “Nunca compartilhei a ideologia marxista, porque ela é falsa” (ACI Digital, 05/03/2014, online).

Todavia, ainda há, infelizmente, católicos que, traindo a Igreja, compartilham o marxismo. Ora, sem esses católicos o comunismo seria muito pequeno.

Tags:
comunismo
Apoiar a Aleteia

Se você está lendo este artigo, é exatamente graças a sua generosidade e a de muitas outras pessoas como você, que tornam possível o projeto de evangelização da Aleteia. Aqui estão alguns números:

  • 20 milhões de usuários no mundo leem a Aleteia.org todos os meses.
  • Aleteia é publicada diariamente em sete idiomas: inglês, francês,  italiano, espanhol, português, polonês e esloveno
  • Todo mês, nossos leitores acessam mais de 50 milhões de páginas na Aleteia.
  • 4 milhões de pessoas seguem a Aleteia nas redes sociais.
  • A cada mês, nós publicamos 2.450 artigos e cerca de 40 vídeos.
  • Todo esse trabalho é realizado por 60 pessoas que trabalham em tempo integral, além de aproximadamente 400 outros colaboradores (articulistas, jornalistas, tradutores, fotógrafos…).

Como você pode imaginar, por trás desses números há um grande esforço. Precisamos do seu apoio para que possamos continuar oferecendo este serviço de evangelização a todos, independentemente de onde eles moram ou do quanto possam pagar.

Apoie Aleteia a partir de apenas $ 1 - leva apenas um minuto. Obrigado!

PT300x250.gif
Oração do dia
Festividade do dia





Envie suas intenções de oração à nossa rede de mosteiros


Top 10
Ver mais
Boletim
Receba Aleteia todo dia