A liberdade religiosa está sofrendo ataques, denunciou o cardeal espanhol dom Antonio Cañizares, arcebispo de Valência, em referência ao mais recente relatório da Pontifícia Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) a respeito dos direitos religiosos no mundo.
Cañizares afirmou:
“Quando a liberdade religiosa e de consciência não é respeitada adequadamente, não existe democracia. Certas legislações pretendem limitar a objeção de consciência e ninguém protesta. E a Espanha está sendo atacada nas suas raízes, no seu direito humano fundamental, prévio e anterior a qualquer sistema democrático”.
De fato, a Espanha está discutindo medidas arbitrárias e autoritárias baseadas em meros enviesamentos ideológicos, como a proibição de que os grupos pró-vida organizem iniciativas de oração nas áreas públicas próximas a clínicas de aborto.
O cardeal prosseguiu:
“É preciso reconhecer a liberdade religiosa como base e fundamento dos direitos fundamentais e invioláveis. Precisa haver uma unidade que organize a nossa sociedade democrática em prol do bem comum e do bem das pessoas. Às vezes, a preponderância da expressão sobre a liberdade religiosa se transforma em ataques contra o cristianismo, a Igreja, seus representantes. É possível expressar-se impunemente, mas qual é o espaço que fica para a defesa da fé? Defender a liberdade de expressão como direito absoluto é origem de muitos sofrimentos. Sei que alguns não acharão politicamente correto o que estou dizendo, mas devo dizê-lo em respeito à verdade, à razão e ao bem comum: está sendo fonte de cerceamento de direitos invioláveis, como a liberdade religiosa. A liberdade de expressão não pode prevalecer sobre a liberdade religiosa”.
Ele citou um exemplo: recentemente, um deputado da Esquerda Republicana da Catalunha afirmou no Congresso quem não é credível que “um passarinho” tenha “engravidado a Virgem Maria”, em referência ao Espírito Santo, tradicionalmente representado em forma de pomba branca. O cardeal arcebispo considera:
“É um insulto à liberdade religiosa e ninguém pediu nenhuma explicação”.
