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Confissões de um viajante sem carro

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Halfpoint | Shutterstock

Zoe Romanowsky - publicado em 07/10/21

Há 14 anos, o psicólogo Jim Schroeder sofreu um acidente de carro e tomou uma decisão que transformaria sua vida

Como muitos pais e mães que trabalham fora, Jim Schroeder, psicólogo infantil, ia para o trabalho todos os dias de carro. Mas na primavera de 2007, depois de escapar com vida de um acidente de carro, ele tomou uma decisão que mudou completamente seu estilo de vida. Schroeder, um colaborador ocasional da Aleteia, compartilha o que aprendeu com essa experiência em um novo livro, Confessions of a Carless Commuter: What 40,000+ Motorless Miles Taught Me About Life.

Você costumava ir de carro para o trabalho, mas então algo aconteceu em 2007 — conte-nos sobre isso.

Jim Schroeder: Tudo começou quando eu atravessei o sinal verde em um cruzamento em St. Louis. Uma van veio pela intercessão e bateu fortemente em nosso carro. Saí ileso, mas nosso carro ficou completamente destruído. Além de tudo, por se tratar de um cruzamento confuso, fui considerado parcialmente culpado pelo acidente (mesmo tendo atravessado em luz verde). Assim, fiquei sem assistência do seguro. Vendo que eu estava com as finanças limitadas, um amigo me incentivou a usar o sistema de ônibus para ir ao trabalho. Resolvi tentar, e daí veio o resto da história detalhada no livro.

Depois de se deslocar de ônibus por um tempo, você começou a andar de bicicleta e caminhar. Como você conseguiu isso em um local de condições climáticas difíceis?

Gerenciar a relação com o clima foi um ajuste gradual, de várias maneiras. Parte disso foi aprender o tipo de roupa para me manter aquecido e que é propício para correr e andar de bicicleta. No frio extremo, foi preciso desenvolver uma maior abertura psicológica e aceitação na gestão das dificuldades.

Entre muitas lições, aprendi que através de um maior conhecimento, boa preparação e uma mudança de mentalidade, não só podemos aprender a tolerar temperaturas mais extremas do que poderíamos pensar, mas aprender a apreciá-las.

Como você conseguiu encaixar o tempo extra de deslocamento em meio à correria da vida familiar e profissional?

Na verdade, este é um dos muitos grandes presentes do deslocamento sem carro. Embora seja preciso uma boa quantidade de organização, preparação e previsão, ele retribui de muitas maneiras, incluindo o tempo.

Em uma semana inteira de ciclismo rumo ao trabalho, eu percorro cerca de 100km, mas gasto pouco tempo a mais do que levaria de carro. Meu trajeto para o trabalho leva apenas cerca de 10 minutos a mais do que se eu dirigisse, então eu realmente ganho tempo no processo para me concentrar em outras coisas (além de me manter ativo). É definitivamente um dos verdadeiros presentes do deslocamento sem carro.

Qual é a maior lição que você aprendeu com o deslocamento sem carro?

Há duas lições centrais: 1) oportunidades de alegria e paz abundam neste mundo, mas muitas vezes estão escondidas e inacessíveis quando não dedicamos tempo e esforço para considerá-las; 2) pequenas mudanças de hábito e perspectiva podem criar grandes mudanças na saúde, harmonia, felicidade e santidade. Isso ficou evidente para mim no meu novo estilo de vida.

Por que você quis compartilhar isso com outras pessoas em um livro?

Porque são experiências universais. Posso dizer honestamente que cada capítulo se aplica a cada ser humano em qualquer dia. Quer você já tenha andado de bicicleta, corrido ou viajado sem carro, as reflexões e lições que compartilho se aplicam a todos nós.

Em uma época em que tantos estão em dificuldades por causa da pandemia e outros eventos em todo o mundo, senti-me profundamente chamado a escrever um livro simples sobre experiências profundas que fosse acessível a todos, até mesmo para os jovens, para ajudar no desenvolvimento geral da resiliência e positividade. De muitas maneiras, o livro também é uma aplicação prática diária da nossa fé cristã a partir da lente de um marido, pai, psicólogo e viajante sem carro. Somos todos chamados a compartilhar nossa história à nossa maneira, que é única.

Você ainda faz seus trajetos sem carro?

Sim. Vou trabalhar e volto para casa de bicicleta, correndo ou de ônibus. E 14 anos depois daquele dia fatídico no cruzamento em St. Louis, sou muito grato por ter a oportunidade de fazê-lo.

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